'Não estou bem', relatou Maradona a médico semanas antes de morrer

Diego Maradona fuma um charuto durante partida de futebol do Grupo D da Copa do Mundo da Rússia 2018 entre Argentina e Islândia,no Estádio Spartak,em Moscou — Foto: Juan Mabromata/AFP

Um médico disse a sete profissionais de saúde responsáveis ​​pela morte do astro do futebol na quinta-feira que Diego Maradona lhe disse semanas antes de sua morte: "Não estou bem". Maradona morreu em 25 de novembro de 2020,devido a um edema pulmonar causado por insuficiência cardíaca,enquanto estava hospitalizado em casa após uma neurocirurgia.

'Fez o que quis': Maradona 'às vezes resistia' a receber tratamento médico,admite irmãRelembre: Maradona foi mantido como 'sequestrado' meses antes de sua morte,diz ex durante julgamentoLeia mais: julgamento da morte de Maradona expõe racha familiar e briga por exploração de espólio

Médicos,enfermeiros,um psiquiatra e um psicólogo são acusados ​​de homicídio doloso,uma acusação que implica que eles sabiam que suas ações poderiam resultar em morte. Um oitavo réu — uma enfermeira — será julgado em um caso separado. Flavio Tunessi,traumatologista do Gimnasia y Esgrima de La Plata,clube que Maradona dirigia desde 2019,testemunhou no julgamento em San Isidro,um subúrbio ao norte de Buenos Aires.

Ele contou que no dia 30 de outubro,durante uma homenagem aos 60 anos do ídolo no estádio Gimnasia,o viu caminhando sozinho em direção à esquina,onde estava a ambulância. "Aproximei-me dele e perguntei: 'Diego,você precisa de alguma coisa?' e ele disse: "Não,estou indo embora. Não estou bem",e foi embora",disse Tunessi.

Veja fotos do julgamento da morte de Diego Maradona

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Psiquiatra Agustina Cosachov,uma das acusadas por morte de Maradona,chega a tribunal em Buenos Aires — Foto: Luis ROBAYO / AFP

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Veronica Ojeda,Jana Maradona,Dalma Maradona e Giannina Maradona no julgamento em Buenos Aires — Foto: AFP

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Cirurgião Leopoldo Luque,ao centro,de camisa branca,durante julgamento da morte de Maradona — Foto: AFP

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Jogador Daniel Osvaldo acompanha julgamento sobre a morte do sogro,Diego Maradona — Foto: AFP

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Psicólogo Carlos Angel Diaz,à direita,é um dos acusados por morte de Maradona — Foto: AFP

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Dalma e Giannina Maradona,filhas de Diego Maradona,chegam para julgamento em Buenos Aires — Foto: AFP

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Fãs pedem justiça por Diego Maradona — Foto: AFP

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Jana Maradona,filha de Diego Maradona,chega para julgamento da morte do pai — Foto: AFP

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Publicidade Veja fotos do julgamento da morte de Diego Maradona

O médico disse que naquele dia viu Maradona "magro e caído" e que outras pessoas que interagiram com o Ten lhe disseram que "ele não parecia bem",entre elas o presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA),Claudio Tapia.

Neurocirurgia

No dia seguinte,Leopoldo Luque,médico pessoal de Maradona e réu no caso,combinou com Tunessi para levá-lo à Clínica Ipensa,na cidade de La Plata (50 km ao sul de Buenos Aires),onde o traumatologista também trabalha,para interná-lo e realizar exames. Lá,descobriram que o ex-jogador de futebol tinha um "hematoma subdural" na cabeça,embora os neurologistas da clínica,que também testemunharam na quinta-feira,tenham considerado que "não se tratava de uma emergência cirúrgica".

Guillermo Burry,chefe de neurologia do Ipensa,considerou que "o quadro clínico do paciente não era devido ao hematoma subdural" e que,dadas as suas comorbidades,"não era o momento certo" para operar. No entanto,Luque,também neurocirurgião,decidiu que a cirurgia era necessária e decidiu transferir Maradona para a Clínica Olivos,onde ele foi submetido à cirurgia em 3 de novembro.

Veja fotos do astro do futebol Diego Maradona,morto em 2020

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Diego Maradona ergue a taça da Copa do Mundo do México,em 1986,depois vencer a Alemanha Ocidental por 3 a 2 — Foto: Luiz Pinto/Agência O Globo

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Maradona joga futebol na praia de Copacabana,na Zona Sul do Rio de Janeiro — Foto: Joaquim Nabuco/Agência O Globo

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Maradona tenta passar pelo volante brasileiro Falcão na derrota de 3 a 1 para o Brasil,no Estádio Sarriá,em Barcelona — Foto: Erno Schneider/Agência O Globo

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Diego Maradona reage durante partida de futebol do Grupo D da Copa do Mundo de 2018 da Rússia entre Nigéria e Argentina,no Estádio de São Petersburgo — Foto: Olga Maltseva/AFP

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Diego Armando Maradona presenteia o compatriota Papa Francisco durante uma reunião com organizadores,jogadores e convidados da partida inter-religiosa "jogo pela paz",no salão Paulo VI,no Vaticano — Foto: Handout/AFP

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Craque beija a mão de Ronaldinho Gaúcho durante cerimônia de entrega de medalhas de futebol masculino das Olimpíadas de Pequim,em 2008,quando os argentinos conquistaram o ouro na vitória sobre a Nigéria de 1 a 0,com gol de Ángel Di María — Foto: Daniel Dal Zennaro / Arquivo

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Maradona participou do Jogo das Estrelas reúne,no CFZ,no Recreio,Zona Oeste do Rio — Foto: Alexandre Cassiano/Agência O Globo

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Maradona,acompanhado do presidente venezuelano Hugo Chávez,participou de ato contra a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) e a presença do presidente dos Estados Unidos,George W. Bush,na IV Cúpula do Américas,em 2005 — Foto: Ivan Franco/Arquivo

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Diego Maradona fuma um charuto durante partida de futebol do Grupo D da Copa do Mundo da Rússia 2018 entre Argentina e Islândia,em Moscou — Foto: Juan Mabromata/AFP

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Pelé e Maradona,em foto publicada pelo ídolo brasileiro um ano após a morte do craque argentino — Foto: Reprodução/Instagram

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Publicidade Craque argentino morreu aos 60 anos,após sofrer uma parada cardíaca

Estudos cardiológicos

Na audiência,que terminou por volta das 15h30 de Brasília,o cardiologista do Ipensa Oscar Franco,que realizou testes cardíacos em Maradona em setembro de 2020,também testemunhou. Franco disse que realizou "um ecocardiograma,um Doppler de carótida e um eletrocardiograma" e que "eles não revelaram sinais de patologia".

O cardiologista sugeriu que Luque fizesse outros exames,como um "teste de perfusão miocárdica",que ele definiu como um estudo "mais sensível para detectar doença arterial coronariana". No entanto,Luque se recusou a fazê-lo "porque o paciente não toleraria ficar em uma instituição com médicos por muito tempo",embora Franco tenha esclarecido aos juízes que o estudo levaria apenas entre uma e três horas.

Este julgamento continuará pelo menos até julho,com o depoimento de dezenas de testemunhas. A próxima audiência será na terça-feira,e a promotoria ainda não anunciou quem irá testemunhar. Os réus enfrentam penas de 8 a 25 anos de prisão.