Bruna Linzmeyer foi homenageada na Mostra de Cinema de Tiradentes de 2025 — Foto: Divulgação / Leo Lara / Universo Produção
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 05/02/2025 - 17:36
Bruna Linzmeyer: Atriz e Cineasta de Sucesso
A atriz Bruna Linzmeyer se prepara para estrear como roteirista e diretora de um longa-metragem passado em sua cidade natal,Corupá. Com paixão pelo cinema fantástico,ela apresentará uma série no Festival de Berlim e atua em um filme de terror feminista. Reconhecida na Mostra de Cinema de Tiradentes,Bruna reflete sobre sua carreira e sua ligação com sua origem no interior. Participando de produções internacionais,ela celebra o sucesso do cinema brasileiro e aguarda a Copa do Mundo de futebol feminino de 2027 no Brasil.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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O ano começou marcando uma nova fase profissional para Bruna Linzmeyer,às voltas com o roteiro de um longa-metragem que também vai dirigir. É um dos tantos novos projetos em andamento da atriz,que agora investe em outras atividades,como a de roteirista e diretora. Mas sem abrir mão da atuação. No fim do mês,vai à Alemanha para apresentar a série “Máscaras de oxigênio (não) cairão automaticamente”,com direção geral de Marcelo Gomes,no Festival de Berlim. Também é protagonista do longa rodado em Florianópolis “Virtuosas”,de Cíntia Domit Bittar,o qual descreve como um “terror feminista”.
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— Sempre me encantei desde criança com filmes com terror,com realismo fantástico — conta a atriz,que cita “Brilho eterno de uma mente sem lembranças” (2004) e “Fim dos tempos” (2008) como filmes que fizeram sua cabeça na juventude. — É uma maneira muito provocativa que o gênero tem de desviar o nosso olhar. Vivemos muita coisa absurda no mundo e,quando vemos isso na tela de forma levemente desviada,às vezes a gente consegue perceber esse absurdo.
O ano de 2025 da atriz se iniciou ainda com homenagem. Quem acompanha a temporada de premiações e festivais de cinema já se acostumou a ver artistas veteranos recebendo troféus pelo conjunto de sua obra. É comum que esses tributos,quando não acontecem após a morte,estejam restritos a artistas em fase avançada da carreira. Mas não foi o que aconteceu com Bruna,homenageada na Mostra de Cinema de Tiradentes,evento realizado na semana passada,por sua contribuição ao cinema brasileiro.
Bruna Linzmeyer é homenageada na Mostra Tiradentes 2025 — Foto: Divulgação/Leo Lara/Universo Produção
— Foi uma surpresa. A Cíntia Domit Bittar me falou: “É tão bonito podermos homenagear as pessoas em vida e com vida para viver”. Acho que é isso,a colheita de um trabalho que venho fazendo no cinema brasileiro e também um alimento para seguir este caminho — diz a atriz,que considera “um carinho” o que recebeu,já que “existem muitas dúvidas,medos e ‘nãos’” na “trajetória tortuosa” da carreira.
Na entrega do prêmio a Bruna,o cineasta Neville D’Almeida,de 84 anos,que trabalhou com ela em “A frente fria que a chuva traz”,declarou:
— A atuação é o trabalho mais difícil do mundo. O sofrimento,a tensão,tudo isso faz parte do trabalho do ator. Bruna Linzmeyer representa todos os atores brasileiros e o universo da interpretação.
Em cartaz nos cinemas
Aos 32 anos,a atriz sentou com O GLOBO na histórica cidadezinha mineira para conversar sobre sua trajetória,sua paixão pelo cinema,seus sonhos e desejos ao deixar há 16 anos a pequena Corupá,em Santa Catarina,em busca de oportunidades.
Em cartaz nos cinemas com “Baby”,filme de Marcelo Caetano premiado no Festival de Cannes do ano passado,Bruna fala com alegria sobre conseguir circular entre os universos da televisão e da publicidade,e também aquele do cinema independente que viaja pelos festivais nacionais e internacionais.
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— Uma das coisas mais especiais da minha carreira é esse trânsito. É difícil de construir,mas gosto de estar nesses lugares com linguagens e jeitos de trabalhar diferentes — diz. — Esse percurso no cinema é fruto de uma pesquisa e uma paixão que eu tenho. Eu vou para festivais de rolê,para assistir a filmes e conversar com pessoas.
Bruna lembra que a atuação surgiu em sua vida não por um sonho de infância,mas por uma questão quase prática.
— Só queria sair do interior e achar um trabalho que pagasse as minhas contas. Nunca tinha pensado em ser atriz,mas de repente era isso,eu estava trabalhando na Globo e pagando as minhas contas. Então eu falei: “é isso,bora,vamos nessa” — lembra a atriz,que fez sua estreia nas telas na minissérie “Afinal,o que querem as mulheres?” (2010),de Luiz Fernando Carvalho. — Eu fui aprendendo e entendendo o quão profundo é esse trabalho. Não é só ensaiar e ir pro set. É um olhar sobre o mundo,uma curiosidade constante.
Bruna Linzmeyer foi homenageada na Mostra de Cinema de Tiradentes de 2025 — Foto: Divulgação / Leo Lara / Universo Produção
O desejo de deixar Corupá e as limitações da vida no interior moveram Bruna,mas o vínculo com a cidade e com a vida mais simples nunca foi rompido. Ao falar sobre sua estreia como roteirista de longa,ela reflete sobre este universo e seu passado.
— Já está com o argumento pronto,já tem uma produtora. É uma ficção que será filmada em Corupá. Então,tem esse movimento de retorno,de reconhecimento dessa trajetória do interior — adianta. — Queria sair do interior,mas ele nunca saiu de mim. Ele está no meu corpo inteiro,nos meus ossos,na maneira como abraço as pessoas,no jeito como eu olho para o mundo e sonho.
O Brasil no mundo
A produção da HBO com que Bruna estará no Festival de Berlim se passa no fim dos anos 1980 e conta a história de comissários de bordo brasileiros que se uniram para comprar no exterior medicamento contra o HIV e ajudar pessoas infectadas no auge da epidemia de Aids.
Outra incursão do audiovisual brasileiro no circuito internacional em que Bruna está atenta é o hit atual cotado ao Oscar. Autodeclarada “cria de ‘Os normais’”,série de TV com Fernanda Torres,Bruna se anima com o sucesso e o reconhecimento de “Ainda estou aqui” e sua protagonista no cinema internacional.
— É muito emocionante a comoção pública,o quanto a gente se envolveu enquanto comunidade brasileira e o sentimento de pertencimento que “Ainda estou aqui” traz. É uma das coisas mais poderosas — diz. — Estamos vivendo um momento muito bom. O filme tem levado muita gente aos cinemas. “Baby” também tem tido sessões cheias e outros filmes brasileiros têm se beneficiado.
Animada com o “clima de Copa de Mundo” com as indicações de “Ainda estou aqui” ao Oscar,Bruna também espera ansiosamente por outra Copa do Mundo,a de futebol feminino de 2027,que será disputada no Brasil. Apaixonada pelo esporte,a atriz virou uma espécie de embaixadora e constantemente promove o futebol feminino em suas redes sociais.
— É cada vez mais emocionante ir para um estádio ver as mulheres jogarem — diz. — Chorei horrores quando o Brasil foi escolhido para sediar a Copa.