Drones ucranianos atacam depósito de petróleo no interior da Rússia que fornece combustível à frota de aviões bombardeiros

Captura de tela de vídeo mostra depósito de petróleo russo em Saratov pegando fogo após sofrer ataque de drones ucranianos — Foto: Reprodução/Redes Sociais

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GERADO EM: 08/01/2025 - 18:44

Tensões crescem na Ucrânia antes do retorno de Trump

Ucrânia ataca depósito de petróleo russo,visando prejudicar a aviação estratégica russa. Moscou admite derrubar 32 drones ucranianos. Conflito também inclui ataques a instalações nucleares e mortes em Zaporíjia. Tensões aumentam no leste do país antes do retorno de Donald Trump à Casa Branca.

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A Ucrânia anunciou nesta quarta-feira que suas forças atingiram um depósito de petróleo russo,localizado no interior do país,que atende à força aérea de Moscou,visando criar problemas logísticos e reduzir "significativamente" a capacidade de atacar cidades ucranianas. Pelo menos dois bombeiros morreram ao tentar conter as chamas,informaram autoridades russas. A pouco mais de um mês do aniversário de três anos do conflito,o ataque é o mais recente de uma série de troca de agressões entre os países que visa instalações militares e de energia.

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O ataque com drones contra o depósito de petróleo Kombinat Kristall,na região de Saratov,foi anunciado pelo Estado-maior ucraniano em redes sociais. A região abriga a frota de aviões bombardeios russo e está a mais de 600 km de distância da fronteira com a Ucrânia. "Deve-se notar que este depósito de petróleo forneceu combustível para o campo de aviação militar Engels-2,onde a aviação estratégica inimiga está baseada”,afirmou.

O jornal ucraniano Kyiv Post registrou o incêndio que atingiu o local. No vídeo publicado nas redes sociais,é possível ver as labaredas que consomem a unidade e uma densa fumaça preta.

Em ataques anteriores similares,Kiev alegou que as ações faziam parte de esforços contínuos para prejudicar as receitas energéticas russas usadas para financiar os militares na Ucrânia. "A destruição do depósito de petróleo cria sérios problemas logísticos para a aviação estratégica dos ocupantes russos e reduz significativamente sua capacidade de atacar cidades ucranianas pacíficas e objetos civis",continuou o Estado-maior em comunicado.

Autoridades russas reconheceram em declarações anteriores o ataque ucraniano à região. O Ministério da Defesa russo disse que seus sistemas de defesa aérea derrubaram 32 drones ucranianos durante a noite,incluindo 11 sobre a região de Saratov.

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Mais cedo,o governador da região,Roman Busargin,disse que uma equipe de resposta a emergências foi enviada a uma instalação industrial onde ocorreu um incêndio após um ataque de drones ucranianos,mas sem dar detalhes sobre o tipo de instalação atingida. Ao longo do dia,Busargin disse que pelo menos dois bombeiros morreram enquanto atendiam ao incêndio,e outro foi hospitalizado.

Por sua vez,Kiev disse durante a noite que seus sistemas de defesa aérea derrubaram 41 drones russos sobre o país,enquanto outros 22 foram abatidos por sistemas de interferência eletrônica ou perdidos pelos radares da força aérea. Separadamente,na região de Kherson,no sul da Ucrânia,as autoridades disseram que duas pessoas foram mortas e outras cinco ficaram feridas pela artilharia russa e drones de ataque. A região é reivindicada pelo Kremlin como parte da Rússia.

13 mortos em ataque a Zaporíjia

Também nesta quarta-feira,as autoridades ucranianas informaram que um bombardeio aéreo russo deixou ao menos 13 mortos em Zaporíjia,alvo de ataques de Moscou nos últimos dias. De acordo com o governador da província,Ivan Fedorov,outras 30 pessoas ficaram feridas. O número é similar aos balanços fornecidos pelas autoridades locais,pelo presidente ucraniano,Volodimir Zelensky,e pelo Ministério do Interior,que falam entre 32 e 37 feridos.

Fedorov publicou fotos mostrando corpos na rua e veículos em chamas,sem especificar o local exato do bombardeio. "Os russos atacaram Zaporíjia com bombas aéreas [...] Não há nada mais cruel do que lançar bombardeios aéreos contra uma cidade sabendo que simples civis sofrerão",disse Zelensky no Facebook.

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O presidente denunciou um "bombardeio deliberado do Exército russo" e pediu aos Estados Unidos e aos europeus que "mantenham a unidade" frente a Moscou. Zelensky também anunciou que participará na quinta-feira de uma reunião com os principais aliados da Ucrânia,na Alemanha,e que prevê "entrevistas com parceiros no nível de ministros da Defesa e comandantes militares".

O Exército russo intensificou nos últimos meses seus ataques contra o sul da Ucrânia e aumentou seus bombardeios contra Zaporíjia,uma cidade que tinha 700 mil habitantes antes da guerra. Dois bombardeios russos,em 6 e 10 de dezembro de 2024,deixaram,respectivamente,10 e 11 mortos,e mais de 40 feridos.

Desde novembro,a Ucrânia teme uma ofensiva contra esta cidade,situada a cerca de 35 km das posições russas e a 50 quilômetros da central nuclear de mesmo nome,ocupada pela Rússia desde 2022.

O bombardeio desta quarta ocorre enquanto o Exército russo continua seu avanço no leste do país,e os confrontos seguem na província russa de Kursk,onde as forças ucranianas ocupam várias centenas de quilômetros quadrados. Ambos os lados da guerra tentam solidificar suas posições antes do retorno de Donald Trump à Casa Branca em 20 de janeiro. O republicano afirmou que tentará colocar fim à guerra rapidamente. (Com AFP)