A agente de saúde Juliana Rangel,baleada na cabeça em abordagem da PRF em rodovia do Rio — Foto: Reprodução redes sociais
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Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 26/12/2024 - 17:15
Jovem baleada na BR-040: Policial auxilia socorro em abordagem conturbada
Policial auxilia jovem baleada em abordagem da PRF na BR-040. Família relata falta de socorro inicial da PRF. Vítima passa por cirurgia com prognóstico grave. Médico ressalta incerteza sobre sequelas. Policial destaca experiência em confrontos para ajudar no resgate.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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O cabo da Policia Militar Leonardo Leite,lotado no 15º BPM (Duque de Caxias),contou ao GLOBO sobre o momento em ouviu os disparos que atingiram a jovem Juliana Leite Rangel,de 26 anos,na última terça-feira,véspera de Natal,na Rodovia Washington Luís (BR-040),durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A família da vítima relata que recebeu auxílio de PM's para socorrer Juliana.
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— Eu,o cabo Fernandes e o sargento Carlos estávamos de patrulha quando escutamos diversos disparos. Imediatamente fomos até o local e vimos a mãe dela do lado de fora do carro gritando. Ela falava para os agentes da PRF: "vocês mataram a minha filha". Então o cabo Fernandes notou que ela estava desmaiada,broncoaspirando sangue e a levantou. Nisso,ela deu uma reanimada e a PRF veio com outra viatura para socorrê-la. Poderia ser a minha família ali,então isso tocou muito nos nossos corações — conta Leite.
Ainda de acordo com Leite,que trabalha há 11 anos na corporação,a experiência em confrontos foi essencial para que os policiais conseguissem ajudar a jovem. O cabo ressalta que depois do incidente realizou o balizamento na via para garantir a segurança no local:
— Toda hora temos que socorrer um colega,então ganhamos experiência. Só quem está lá na hora sabe o que se passa na cabeça,mas os agentes da PRF estavam sem saber o que fazer. É preciso,primeiramente,agradecer a Deus e depois aos policiais. Logo em seguida,nós nos preocupamos em fazer o balizamento na rodovia para não acontecer outro acidente.
Dos 30 tiros que a família de Juliana diz terem sido desferidos contra o carro,um atingiu a cabeça dela,que está internada,em “estado gravíssimo”,segundo nota da prefeitura de Duque de Caxias,no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes. Deyse,mãe da jovem,conta que os agentes da PRF só ensaiaram algum socorro após a intervenção da polícia militar.
— Quando paramos,eles viram que fizeram besteira. Aí,do nada,uma patrulha da PM apareceu,perguntou o que estava acontecendo,e um policial pediu para checar a minha filha. Ele falou para mim que ela ainda estava respirando. Os agentes da PRF não fizeram nada,não tentaram socorrer,ficaram perdidos andando de um lado para o outro. Depois disso,eles botaram a Juliana no carro e a levaram para o hospital — lembra ela. — Vi a minha filha com a cabeça coberta de sangue. Eu me desesperei na hora,só sabia gritar. Fui para cima dele (agente da PRF) e falei: “Você matou a minha filha,seu desgraçado”. Ele deitou no chão,começou a se bater,pulando,mostrando que fez besteira.
A equipe médica do hospital informou que a jovem passou por uma cirurgia para retirar fragmentos ósseos em razão da passagem do projétil. A bala atingiu a região occipital do lado esquerdo da cabeça. Maurício Mansur,chefe do setor de neurocirurgia,alega que ainda é cedo para falar de possíveis sequelas.
— Primeiramente,é importante lembrar que se trata de um caso grave e que,neste momento,não é possível falar sobre sequelas ou qualquer outra consequência. Estamos,na verdade,focados em um tratamento para salvar a vida dela. Ela ainda se encontra em uma fase de gravidade elevada,apresentando sinais de instabilidade. Assim que houver evolução e melhora,poderemos ter uma noção mais clara sobre a possibilidade de haver sequelas ou não — afirmou Mansur.