Como uma cafeteria Starbucks na Coreia do Sul virou um 'observatório' da vida na reclusa Coreia do Norte

Terraço de cafeteria instalada em torre de observação de Gimpo,na Coreia do Sul,dá chance aos visitantes de espiar o cotidiano de cidade norte-coreana — Foto: Bloomberg

RESUMO

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GERADO EM: 03/12/2024 - 19:59

Cafeteria Starbucks na Coreia do Sul com vista para Coreia do Norte: atração turística controversa.

Uma cafeteria Starbucks na Coreia do Sul oferece vista para a reclusa Coreia do Norte,permitindo aos clientes observar a vida na fronteira. O local histórico,com significado da Guerra da Coreia,atrai curiosos em meio a crescentes tensões entre os países vizinhos. A iniciativa faz parte dos planos de transformar a área em atração turística global,enquanto a Starbucks Korea,majoritariamente propriedade da E-Mart,permanece em silêncio sobre o assunto.

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Para qualquer pessoa curiosa sobre a vida dos cidadãos na Coreia do Norte,a Starbucks está oferecendo aos seus clientes um vislumbre do país mais recluso do mundo,enquanto tomam sua bebida de café favorita.

A nova cafeteria da Starbucks Coffee Korea,localizada à beira do rio em uma torre de observação na cidade de Gimpo,promete aos aficionados por café a chance de “contemplar” a vida normal em uma vila do condado de Gaepung,do outro lado da fronteira.

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O local da observação,conhecido originalmente como Colina 154,possui grande importância histórica,e foi o lugar onde os dois países travaram combates intensos durante a Guerra da Coreia,entre 1950-53.

O condado da Coreia do Norte é composto principalmente de casas e algumas fazendas,embora,como região de fronteira,possa também ter presença militar.

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A margem do rio na Coreia do Norte fica a mais de 1,6 quilômetro da cafeteria da Starbucks,o que significa que os visitantes podem precisar de binóculos ou lentes de longo alcance para observar o que acontece no país vizinho.

A força militar da Coreia do Norte ocasionalmente é exibida por meio de lançamentos de mísseis e outros eventos coreografados. Entretanto,a vida dos norte-coreanos comuns permanece envolta em mistério e atrai muitas pessoas sobre o reino recluso.

Interior da cafeteria Starbucks em Gimpo,na Coreia do Sul — Foto: Bloomberg

Embora Pyongyang se prepare para abrir suas fronteiras para o turismo geral em dezembro,pela primeira vez desde a pandemia,esses passeios são rigidamente controlados e muitos estrangeiros são barrados.

A loja de café,com 30 lugares,abriu na sexta-feira na torre de observação do Aegibong Peace Ecopark,permitindo aos clientes uma vista panorâmica do rio Jogang,que separa as duas nações. A iniciativa faz parte dos planos da cidade de transformar Aegibong em uma atração turística global,aproveitando sua importância histórica e estratégica durante a Guerra da Coreia.

Presidente da Coreia do Sul declara lei marcial no país: entenda

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Presidente da Coreia do Sul declara lei marcial no país nesta terça-feira (3),citando ações da oposição que constituem "comportamento antiestatal claro" — Foto: Anthony WALLACE / AFP

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Após o anúncio,centenas de pessoas foram ao Parlamento do país,na capital Seul — Foto: Anthony WALLACE / AFP

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A lei marcial restringe o acesso a direitos civis e substitui a legislação normal por leis militares — Foto: Anthony WALLACE / AFP

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Yoon Suk Yeol anunciou a medida em pronunciamento surpresa nos canais de TV do país — Foto: Anthony WALLACE / AFP

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O Parlamento do país,entretanto,votou para bloquear o decreto do presidente — Foto: Anthony WALLACE / AFP

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O presidente do país,Yoon Suk Yeol,acusou a oposição do Partido Democrata de simpatizar com a Coreia do Norte — Foto: Anthony WALLACE / AFP

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Pessoas pisam em placa do exército no chão enquanto se reúnem em frente à Assembleia Nacional em Seul,depois que o presidente da Coreia do Sul,declarou lei marcial — Foto: Anthony WALLACE / AFP

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Sul-coreanos se reúnem na Assembleia Nacional — Foto: Anthony WALLACE / AFP

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Em pronunciamento,Yoon afirmou que a medida é necessária para "proteger a livre República da Coreia" — Foto: Anthony WALLACE / AFP

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Tensão cresce no país nesta terça-feira (3) — Foto: Anthony WALLACE / AFP

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Todas as atividades políticas,incluindo manifestações,foram proibidas — Foto: Anthony WALLACE / AFP

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O acesso ao Parlamento foi fechado após a imposição da lei — Foto: Anthony WALLACE / AFP

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Principal oposição do presidente,Lee Jae-myung,do Partido Democrata,se reúne em conferência na Assembleia Nacional — Foto: Jung Yeon-je / AFP

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Lee Jae-myung,em pronunciamento após o presidente conservador Yoon Suk Yeol declarar lei marcial — Foto: Jung Yeon-je / AFP

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Militares tentam invadir o prédio da Assembleia Nacional em Seoul — Foto: Jung Yeon-je / AFP

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Sul-coreanos protestam em frente à Assembleia Nacional do país — Foto: Anthony WALLACE / AFP

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Policiais tentam conter protestantes — Foto: Jung Yeon-je / AFP

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Esta é a primeira vez que um governo da Coreia do Sul decreta a lei marcial desde o fim da ditadura militar no país,na década de 1980 — Foto: Anthony WALLACE / AFP

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Publicidade É a primeira vez que um governo sul-coreano adota a ação desde o fim da ditadura militar no país,na década de 1980

Nos primeiros 10 meses deste ano,135.514 pessoas visitaram o parque,um aumento de 24% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Local foi escolhido é marco histórico

A Starbucks Korea,que é majoritariamente de propriedade da E-Mart,uma unidade do gigante varejista Shinsegae Group,não comentou sobre o assunto.

A empresa escolheu o local por sua importância histórica e pelo cenário,disse um porta-voz do governo da cidade de Gimpo em um email para a Bloomberg News,acrescentando que a Starbucks é a única empresa de alimentos e bebidas a operar naquele local.

Veja fotos da 'guerra' de balões entre as Coreias do Sul e do Norte

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Balão lançado pela Coreia do Norte aterrissa em plantão de arroz de Incheon,território do Sul — Foto: YONHAP / AFP

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Balões enviados pela Coreia do Norte — Foto: Reprodução

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Lixo enviado pela Coreia do Norte — Foto: Divulgação

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Foto fornecida pelo Ministério da Defesa da Coreia do Sul mostra balão cheio de lixo norte-coreano,na superfície do rio Han,perto da ponte Jamsil,em Seul — Foto: South Korean Defence Ministry / AFP

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Roupas ocidentais enviadas pela Coreia do Norte como lixo — Foto: AFP PHOTO / SOUTH KOREAN UNIFICATION MINISTRY

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Lixo e fezes caem de balões norte-coreanos sobre as ruas em rua em Seul — Foto: Ministério da Defesa da Coreia do Sul / AFP

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Coreias do Norte e do Sul travam 'guerra' de envio de lixo — Foto: AFP

Países vizinhos já trocaram lixo,fezes e até música

No entanto,mesmo este sereno parque ecológico não está imune à hostilidade entre os dois países. Quase uma década atrás,a Coreia do Sul demoliu uma torre de Natal em Aegibong,ação que a Coreia do Norte descreveu como uma forma de guerra psicológica.

No ano passado,porém,a Coreia do Sul restabeleceu,em Aegibong,um grande evento de iluminação em forma de árvore de Natal.

Tensão entre os dois países cresce

A abertura da cafeteria ocorre em meio a crescentes tensões entre os dois países. O líder norte-coreano Kim Jong Un tem pressionado para romper os laços com o seu vizinho,descartando a possibilidade de uma unificação pacífica.

Nas últimas semanas,o regime de Kim explodiu partes de estradas e linhas de ferrovias que conectam os dois países e enviou milhares de balões contendo papel para descarte e bitucas de cigarro. Pyongyang também irritou a Coreia do Sul e seus aliados ao enviar tropas para a Rússia em apoio à guerra de Moscou na Ucrânia.