Num 'mail' enviado à Comissão de Trabalhadores e delegados sindicais,a administração da TiN diz que "tomou boa nota do comunicado e das reivindicações aprovadas [hoje] em plenário,registando com agrado a emergência de novos Conselhos de Redação".
Os trabalhadores apelaram hoje ao apoio de toda a sociedade,incluindo de potenciais investidores,a ajudar a preservar os títulos de informação relevantes e a garantir os postos de trabalho.
Na missiva,a administração liderada por Luís Delgado adianta que "tem feito todos os esforços para manter em dia os salários e subsídios de todos os trabalhadores,algo que,infelizmente,ainda não conseguiu cumprir integralmente".
Os salários em atraso de setembro --- "num total de 10 em 150 --- deverão ser liquidados amanhã [terça-feira],momento em que terá início o pagamento relativo a outubro",refere a administração,adiantando que "esta situação,que se prolonga há demasiado tempo,é lamentável" e "as dificuldades têm sido ainda maiores no que toca aos subsídios".
Contudo,"a administração nunca deixou de informar os representantes escolhidos pelos trabalhadores,nas suas várias capacidades,sobre a situação que tem causado esta perturbação,mantendo reuniões regulares,todos os meses,por vezes até mais do que uma vez".
A administração "sempre assumiu a responsabilidade por aquilo que não conseguiu realizar ou,de forma transparente,pelo que decidiu não fazer,nunca por incúria,e muito menos por irresponsabilidade".
Até porque a "administração sempre exigiu --- e continua a exigir --- total e completa responsabilidade a quem concebe,cria,escreve e publica as revistas,que registam quedas contínuas,de 2018 a 2024,nas vendas em banca,na publicidade,nas assinaturas e outras receitas,incluindo as digitais",prossegue a dona da Visão,entre outros títulos.
"Há,sempre houve,independentemente das condições,um declínio profundo e insustentável de todas as publicações,justificações há muitas,mas receitas poucas",salienta.
A administração de uma empresa de media "não pode,nem deve imiscuir-se nos produtos editoriais,mesmo quando reconhece um declínio contínuo e permanente,sobretudo em períodos em que todos os recursos estavam disponíveis,como,de certa forma,continuam a estar".
Recorda que,em 01 de janeiro de 2018,a administração "deixou claro" que "não era adepta de instabilidade interna,mudanças frequentes nas equipas de chefia,despedimentos coletivos ou encerramento de revistas".
A todo o momento,"as direções editoriais e transversais tiveram acesso aos números e indicadores de desempenho dos órgãos de comunicação social (OCS) da empresa".
Em fevereiro,a administração "mostrou esses números acumulados,a todas as equipas,incluindo a TiN no geral,e cada publicação em particular", lê-se no 'mail' enviado aos órgãos representativos dos trabalhadores.
A administração "dará uma resposta direta aos diversos ultimatos,muito em breve" e "aproveitará igualmente para voltar a divulgar,se necessário publicamente,o desempenho dos principais OCS da TiN e o seu impacto nesta situação profundamente lamentável",conclui.
A TiN,que detém 16 títulos,entre os quais a Visão,Exame,Exame Informática,Jornal de Letras,Caras,Activa,TV Mais,viu o seu Processo Especial de Revitalização (PER) ser reprovado em 05 de novembro,tendo em 12 de novembro a administração anunciado a sua intenção de apresentar um plano de insolvência,requerendo já a convocação de uma assembleia de credores para apresentação e fundamentação de um plano de recuperação.