O presidente Luiz Inácio Lula da Silva,e a primeira-dama do Brasil Rosangela 'Janja' da Silva em uma foto com o presidente Javier Milei e sua irmã,a secretária-geral da Presidência Karina Milei — Foto: RICARDO STUCKERT/Brazilian Presidency/AFP
Não foram só as gafes da primeira-dama Janja da Silva que passaram a ser amplamente disseminadas por parlamentares bolsonaristas durante o encontro de chefes de Estado no G20,no Rio de Janeiro. O frio cumprimento entre Javier Milei e Lula foi exibido pelos congressistas em suas redes,em contraposição à relação que Jair Bolsonaro tem com o presidente argentino que,assim como ele,é de extrema direita.
A reação dos integrantes do STF e da PF após Janja chamar homem-bomba de ‘bestão’O discurso pouco aplaudido de Milei no G20
Os próprios bolsonaristas admitem,nos bastidores,que as falas de Janja vieram em “boa hora” para aliviar a pressão,após o atentado a bombas na Praça dos Três Poderes,ocorrido na semana passada. Aliados do ex-presidente no Câmara e no Senado viram em Janja e Milei o caminho para tentar mudar a pauta dominada pelas explosões provocadas por Francisco Wanderley Luiz,que morreu em uma delas.
Autor do atentado,ele era filiado ao PL,partido de Bolsonaro,e chegou a concorrer pela legenda a uma vaga na Câmara de Vereadores de Rio do Sul (SC),sua cidade,em 2020. Além disso,no seu trailer foi encontrado um boné com o slogan usado pelo ex-presidente. Já na residência que alugou no Distrito Federal,o autor do ataque deixou um recado para a mulher que pixou a estátua do Supremo Tribunal Federal (STF),nos atos golpistas do 8 de janeiro,e acabou presa.
Parlamentares alinhados ao capitão reformado adotaram o discurso de que Wanderley Luiz seria uma espécie de “lobo solitário” e trabalharam para tentar desvincular o atentado dos ataques do 8 de janeiro. Não surtiu efeito. Ministros do STF veem papel-chave do discurso de ódio perpetrado por Bolsonaro e seu aliados em episódios como as explosões da semana passada e os ataques golpistas nos primeiros dias do governo Lula.