Juliet Rothenberg,diretora da área de pesquisa para o clima do Google — Foto: Divulgação
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 18/11/2024 - 18:22
Google impulsiona IA contra mudanças climáticas no Brasil
O Google está acelerando iniciativas de inteligência artificial no Brasil para combater o aquecimento global,com foco em soluções para trânsito,inundações e incêndios florestais. A empresa também anuncia parcerias e investimentos em monitoramento ambiental e prevenção de desastres naturais,destacando a importância da IA para antecipar e gerenciar crises climáticas.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Monitoramento de incêndios a partir de uma combinação de satélites,sistemas de prevenção de inundações com inteligência artificial (IA) e sugestão de rotas para motoristas consumirem menos combustível no aplicativo de mapas.
Essas são algumas das soluções que o Google está acelerando no Brasil,de acordo com Juliet Rothenberg,diretora da área de pesquisa para o clima da gigante americana de tecnologia.
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Ela conversou com O GLOBO durante sua passagem pelo Rio de Janeiro para participar dos eventos do G20,a cúpula dos chefes de Estado das maiores economias do planeta.
— A mudança climática é causada globalmente,mas os efeitos são sentidos localmente. À medida em que desenvolvemos soluções de IA climática,precisamos ter uma compreensão profunda dos problemas locais. Muitas de nossas soluções começam em uma região específica e depois se expandem globalmente. Temos soluções em mente nas quais o Brasil provavelmente será pioneiro — explica Juliet,que participou de um painel da U20,grupo de trabalho que reúne especialistas em urbanismo e autoridades de várias cidades ao redor do mundo.
Uma das principais especialistas do Google sobre o tema,Juliet antecipou uma das novidades que a empresa americana está lançando no Brasil. Na palma da mão,o usuário poderá,através do aplicativo Google Maps,traçar rotas mais eficientes,com menor consumo de combustível e,consequentemente,de emissões de gases do efeito estufa. A solução deverá estar disponível nas próximas semanas.
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— Estamos começando a lançar no Brasil. A ideia é que o Google Maps ofereça aos motoristas a opção de escolher a rota mais eficiente em termos de combustível. Para utilizar,os usuários precisam selecionar o tipo de veículo que possuem. Usamos um modelo de consumo de combustível desenvolvido em parceria com o Departamento de Energia dos EUA,baseado em vários fatores,como tipo de motor e topografia da cidade. E então usamos IA para generalizar esse modelo e permitir que ele seja escalado para bilhões de usuários — explica Juliet.
Qualidade do ar carioca
No fim de semana,o Google também anunciou uma parceria com a prefeitura do Rio de Janeiro para instalar sensores que medirão a qualidade do ar. Além disso,a companhia já opera na cidade do Rio e em Campinas,no interior de São Paulo,um sistema de IA nos semáforos,que permite um uso mais eficiente com base nas condições de trânsito. Segundo a executiva,essa solução deve chegar a outras cidades do país.
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— Vimos que mover (o trânsito) apenas alguns segundos de uma direção para outra pode reduzir o tráfego em até 30% e as emissões em até 10%. É um ganha-ganha para os motoristas e para o clima. Já temos essa solução em semáforos de 14 cidades no mundo,como Rio e Campinas,além de locais na Alemanha,Índia e Indonésia. Pretendemos ampliar o serviço para outras cidades do Brasil.
A executiva revelou ainda que,além do trânsito,as inundações e os incêndios florestais estão no topo das prioridades da companhia nesse campo de atuação. Juliet cita a parceria de três anos com o Serviço Geológico do Brasil para montar um sistema de dados capaz de antecipar,em até sete dias,possíveis enchentes,ao cruzar informações como precipitação,temperatura,topografia,tipo de solo,umidade e altura do rio.
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— Também incorporamos dados de satélite para verificar,historicamente,quando uma área foi inundada. Alimentamos todos esses dados em um modelo de IA chamado Rede de Memória de Longo e Curto Prazo (LSTM,na sigla em inglês). Basicamente,é um modelo de IA de série temporal. Você vê como esses dados evoluíram ao longo do tempo,o que nos permite obter previsões com maior antecedência. A maneira histórica de prever inundações é baseada em medidores (bastões) fixos que mostram a altura do rio. Com a IA,podemos usar todos os tipos de dados — detalha Juliet,destacando que a empresa já fornece esse tipo de previsão para 150 países.
Alta precisão
A companhia também anunciou a criação de um conjunto de satélites de alta precisão para detecção rápida de incêndios florestais a um investimento de US$ 13 milhões para auxiliar bombeiros e brigadistas com informações em tempo real sobre pequenos incêndios. A inteligência artificial permitirá monitorar e atualizar a situação dos incêndios a cada 20 minutos,agilizando as ações de combate e salvamento.
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— Estamos usando IA em imagens de satélite para mapear incêndios florestais quase em tempo real e exibi-los no Google Maps e na pesquisa do Google. Lançaremos o primeiro satélite no início do próximo ano.
Juliet ressalta ainda que novas soluções que estão sendo testadas no mundo podem ser ampliadas para o Brasil. Ela cita as ondas de calor que vêm afetando diversas cidades ao redor do planeta.
— Eu estava conversando com alguém sobre como as ondas de calor chegaram ao Brasil de maneira bastante significativa. Uma das soluções que estamos testando com 14 cidades nos EUA envolve o uso de IA e imagens de satélite para entender os fatores que realmente impactam a formação de ilhas de calor urbano,onde,em certas partes das cidades,as temperaturas podem ser mais altas em alguns graus. Uma das grandes influências sobre o calor de um bairro é a cor dos telhados. Assim,desenvolvemos uma ferramenta para as cidades que permite modelar os impactos de mudar a cor dos telhados em um bairro.
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