Volta grande do Rio Xingu em Altamira,no Pará — Foto: Ruy Baron / Valor
RESUMO
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Governador do Pará anuncia leilão de área na APA Triunfo do Xingu para créditos de carbono.
O governador do Pará,Helder Barbalho,anuncia concessão de área na APA Triunfo do Xingu para restauração e geração de créditos de carbono. A região,com histórico de desmatamento,será leiloada na B3. O estado busca replicar o modelo visando a redução de emissões de CO2 e prevê lucro de cerca de R$1 bilhão com a venda de créditos de carbono.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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A unidade de conservação sob maior pressão por desmatamento em áreas protegidas na Amazônia foi escolhida para se tornar objeto da primeira concessão pública para restauração,manejo florestal e geração de créditos de carbono. O governador do Pará,fará o anúncio da concessão de 10,3 mil hectares da Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu na COP 29,em Baku,no Azerbaijão,que vai até dia 22.
Créditos: Senado aprova projeto que regulamenta mercado de carbono no paísVeja infográfico: O que é o mercado de crédito de carbono?
O governador explica que a concessão por 40 anos dessa parcela da APA Triunfo do Xingu será negociada na B3. É novo modelo de restauração e captação de recursos para redução de emissões de CO2 que o governo do Pará,espera ver replicado. A capital do estado,Belém,sediará a COP30,em 2025.
Área era grilada
No total,a APA tem cerca de 1,68 milhão de hectares. A área sob concessão é um pedaço de 10,3 mil hectares transformado na Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu (URTX).
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— Essa área da APA havia sido grilada,o estado conseguiu recuperar na Justiça. A concessão é uma oportunidade de restaurar a área e gerar recursos para a recuperação da floresta — afirma Helder Barbalho.
Veja imagens da estação de esqui Afriski,no Lesoto,que luta para sobreviver às mudanças climáticas
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Vista aérea para a pista de esqui feita com neve artificial na estação Afriski,nas montanhas Maluti,no sul da África — Foto: Phill Magakoe / AFP
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Esquiadora prova um capacete na estação Afriski,bastante popular entre praticantes do Lesoto e outros países do sul da África — Foto: Phill Magakoe / AFP
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Instrutor ajuda um jovem aluno a subir no teleférico da estação de esqui Afriski,um pequeno reino totalmente cercado pela África do Sul — Foto: Phill Magakoe / AFP
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Apesar da popularidade entre esquiadores do Lesoto,da África do Sul e de outros países do continente,a estação de esqui Afriski tem enfrentado dificuldades financeiras para se manter — Foto: Phill Magakoe / AFP
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Localizada nas montanhas do Lesoto,um pequeno país dentro da África do Sul,a estação de esqui Afriski é a opção mais em conta para os moradores da região — Foto: Phill Magakoe / AFP
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Funcionário da estação de esqui Afriski,no sul da África,ajuda uma cliente a colocar seu capacete — Foto: Phill Magakoe / AFP
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Praticantes na estação de esqui Afriski,no sul da África: resort cercado pelas montanhas Maluti precisou usar neve artificial neste inverno — Foto: Phill Magakoe / AFP
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Snowboarders no café da estação de esqui Afriski,no reino africano do Lesoto,que luta contra as consequências das mudanças climáticas — Foto: Phill Magakoe / AFP
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Localizada a três mil metros de altitude nas montanhas Maluti,a estação de esqui Afriski foi criada em 2002 — Foto: Phill Magakoe / AFP
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Esquiadores deslizam pela pista feita com neve artificial na estação Afriski,localizada entre as montanhas do Lesoto,a três mil metros de altura — Foto: Phill Magakoe / AFP
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Crianças aprendem a esquiar na estação Afriski,bastante popular entre moradores do Lesoto e outros países do sul da África — Foto: Phill Magakoe / AFP
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Esquiadora com seu equipamento na estação Afriski,muito frequentada por praticantes de países do continente africano — Foto: Phill Magakoe / AFP
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Esquiador iniciante faz uma aula na pista de neve artificial na estação Afriski,cercada pelas montanhas Maluti,pequeno reino no sul da África — Foto: Phill Magakoe / AFP
Resort cercado pelas montanhas Maluti,no pequeno reino no sul da África,precisou apelar para a neve artificial neste inverno
Triunfo do Xingu é um ativo potencialmente valioso no mercado de carbono justamente devido a seus problemas. Como Barbalho explica,a recuperação e a conservação de áreas de floresta sob pressão são critérios de valor num mercado cujo objetivo é justamente evitar emissões de CO2. O carbono de restauração,por isso,é valorizado.
E pressão não falta à APA Triunfo do Xingu. Ela fica no epicentro do desmatamento histórico da Amazônia,entre os municípios paraenses de Altamira e São Felix do Xingu. Mesmo com a queda do desmatamento registrada desde 2023 na Amazônia,a APA continua sob pressão,numa região em que grilagem,gado e soja avançam sobre a floresta.
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Ela figura em primeiro lugar do ranking das unidades de conservação com mais desmatamento na Amazônia,segundo o boletim de setembro,o mais recente,do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon.
Só em setembro cerca de nove mil hectares de floresta foram derrubados na APA,quase a mesma área que será oferecida para concessão.
O Pará fez este ano o maior negócio de mercado de carbono do Brasil. Negociou 12 milhões de toneladas de carbono a um valor recorde por crédito de carbono jurisdicional. No total,a negociação de carbono deve render cerca de R$ 1 bilhão ao estado.
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Cada crédito foi vendido por US$ 15 _ até agora o valor mais alto tinha sido obtido pela Costa Rica,US$ 10. Um crédito carbono equivale a uma tonelada de CO2 ou gás-estufa equivalente evitada ou removida da atmosfera.
No sistema jurisdicional,a gestão dos créditos de carbono é aplicada dentro de limites geográficos determinados,que podem ser um estado,como no caso do Pará. O governador espera negociar ainda mais nos próximos anos. Segundo ele,a empresa certificadora (que mensura e avalia os créditos) estima que o estado terá 2026 mais 156 milhões de toneladas de carbono para negociar.
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Ele diz que uma empresa estadual de ativos ambientais foi criada para gerir esses créditos e que os recursos serão repartidos com povos indígenas e tradicionais e a parte do estado será empregada em política de redução de emissão.