Quase 15 mil empresas recebem o selo da igualdade salarial

A entrega é feita no dia em que se assinala o Dia Nacional da Igualdade Salarial e a atribuição visa distinguir as empresas com mais do que um trabalhador,que tendo um rácio igual ou superior a um terço do sexo menos representado,apresentem uma taxa de diferença salarial entre mulheres e homens,entre 1% e -1%.

 

No ano passado,o selo da igualdade salarial tinha sido atribuído a 14.114 empresas,abrangendo mais de 295.600 trabalhadores. Ou seja,este ano há mais 683 empresas (o equivalente a um aumento de 4,8%) a receberem a distinção.

Os dados mais recentes da CITE revelam que a disparidade salarial entre mulheres e homens corresponde a 48 dias de trabalho pagos aos homens,mas não pagos às mulheres.

Em 2022,a diferença salarial entre mulheres e homens foi de 13,2%,ou seja,"as mulheres ganharam menos 160 euros do que os homens",nota a CITE. Já considerando os prémios e subsídios regulares "essa diferença aumentou para 16%,menos 235 euros por mês".

"Pela primeira vez,num ciclo de nove anos,nós vimos aumentar o "gap" [fosso] salarial",destacou a presidente da CITE,Carla Tavares,na subcomissão parlamentar para a Igualdade e Não Discriminação",no início de outubro.

Segundo a CITE,estas discrepâncias acentuam-se à medida que as qualificações e responsabilidades aumentam,com as mulheres em cargos de topo a ganharem menos 854,10 euros do que os homens,e entre pessoas com ensino superior,a diferença atingiu os 642,40 euros.

"Além de fornecer instrumentos para orientar os empregadores na promoção da igualdade salarial nos seus locais de trabalho têm sido desenvolvidas e reforçadas políticas,estratégias e medidas para promover a igualdade salarial entre homens e mulheres",adianta ainda a CITE,em comunicado,no dia que assinala o 45.º aniversário,numa cerimónia que contará com a ministra do Trabalho,Solidariedade e Segurança Social na sessão de abertura.

O fosso salarial entre homens e mulheres não acontece apenas em vida ativa,mas também na aposentação.

Uma análise que consta do Livre Verde sobre a Sustentabilidade do Sistema Previdencial,que está em consulta pública,relativamente às taxas de substituição brutas a partir de uma amostra de pensões de velhice iniciadas entre 2019 e 2022,recolhida a partir da base de dados da Segurança Social,revela que "existe uma significativa diferença entre as taxas apuradas para mulheres e homens".

Estes dados revelam que as pensões dos homens correspondem,em média,nos quatro anos analisados a 73,5% dos últimos salários enquanto nas mulheres essa taxa cai para 58,1%,o que se traduz numa diferença de 15 pontos percentuais.