Urso polar feriu turista em arquipélago no Ártico (imagem ilustrativa) — Foto: AFP PHOTO/Paul J. Richards
Um estudo recente alerta para um fenômeno até então inédito: as mudanças climáticas passaram a causar graves ferimentos nas patas de ursos-polares na Groenlândia. De acordo com a pesquisa,publicada em nesta semana na revista Ecology,blocos de gelo do tamanho de pratos de jantar têm se formado nas patas desses animais,causam feridas profundas nos coxins plantares,e comprometem até mesmo a capacidade do animal de caminhar.
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“Eu nunca tinha visto isso antes. Os dois ursos mais afetados não conseguiam correr — eles sequer conseguiam andar com facilidade”,afirmou Kristin Laidre,ecologista marinha e professora associada da Universidade de Washington,à Live Science.
Imagem mostra as patas traseiras "congeladas" de um urso polar temporariamente sedado para pesquisa no leste da Groenlândia em 2022 — Foto: Kristin Laidre/University of Washington
A investigação revelou que os blocos de gelo se formam devido à neve úmida,que se adere aos coxins dos ursos e congela,transformando-se em estruturas rígidas de até 30 centímetros.
“Os pedaços de gelo não estavam apenas presos ao pelo”,detalhou Laidre,“eles estavam selados na pele,e ao tocar os pés era evidente que os ursos sentiam dor”.
A análise,realizada entre 2012 e 2022 nas regiões de East Greenland e no Kane Basin — área entre a Groenlândia e a Ilha Ellesmere,no norte do Canadá — encontrou ferimentos em aproximadamente um em cada quatro ursos. Os casos mais graves ocorreram em machos adultos,que percorrem maiores distâncias e têm um peso significativamente maior do que fêmeas e filhotes,fatores que agravam os danos nas patas.
Um urso polar pula entre pedaços de água congelada no Canadá. O fotógrafo Florian Ledoux capturou o momento usando um drone em agosto de 2018. Animais estão enfrentando uma série de ameaças que estão afetando seu futuro status populacional. "Eles estão entre os primeiros refugiados da mudança climática",escreveu Ledoux — Foto: Florian Ledoux
O estudo relaciona o aumento das temperaturas no Ártico com o fenômeno. De acordo com os pesquisadores,o aquecimento intensifica os períodos de chuva e promove ciclos de degelo e recongelamento,que criam camadas de gelo frágil nas quais os ursos se machucam ao pisar. Nos meses mais quentes,a neve derrete e volta a congelar,formando uma crosta dura que os ursos rompem ao caminhar,o que leva a cortes e lesões profundas.
Os autores da pesquisa também consultaram caçadores indígenas de Kane Basin,no Canadá,que já haviam notado as lesões nas patas dos ursos. Os caçadores associaram os ferimentos ao aumento de deslocamento dos animais durante a época de acasalamento e caça,mas também apontaram que esse problema é recente.
Três ursos polares adultos cruzam partes de gelo na Groenlândia,onde ponto de congelamento passa por ciclos de degelo e neve molhada devido às alterações climáticas — Foto: Kristin Laidre/Universidade de Washington
Eles observaram ainda que as mesmas condições de neve úmida têm prejudicado os cães de trenó,sendo necessário aparar os pelos entre os coxins dos animais para evitar a formação de gelo e o surgimento de claudicação.
John Whiteman,professor assistente de biologia na Old Dominion University e cientista-chefe da Polar Bears International,contou à Live Science nunca ter visto lesões desse tipo em ursos-polares.
“Esse relato é definitivamente surpreendente. Se as condições que favorecem a formação de blocos de gelo se tornarem comuns em uma área maior,mais ursos estarão em risco de danos nas patas”,declarou Whiteman.
Veja as finalistas da categoria Impacto Ambiental no Ocean Photographer of the Year 2024
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Imagem de urso polar com pedaço de plástico preso à boca é finalista em concurso anual de fotografia oceânica — Foto: Célia Kujala
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Fotografia de Morus emaranhado pendurado em um penhasco é finalista no Ocean Photographer of the Year 2024. — Foto: Rebeca Douglas
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Fotografia de barbatanas de tubarão em processo de desidratação,na Indonésia,concorre ao Ocean Photographer of the Year 2024 — Foto: Jasmim Corbett
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Imagem de polvo preso dentro de embalagem de sanduíche,nas Filipinas,concorre ao Ocean Photographer of the Year 2024 — Foto: Pietro Formis
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Um peixe-cunha-de-nariz-liso criticamente ameaçado demonstra o custo da captura acidental; foto concorre a prêmio ao Ocean Photographer of the Year 2024 — Foto: Francesca Page
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Mesmo após elevar a altura da residência duas vezes,o pescador Abdul Latief,de 62 anos,não consegue mais evitar enchentes após destruição dos manguezais que protegiam a costa. Foto concorre ao Ocean Photographer of the Year 2024 — Foto: Giacomo d'Orlando
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Uma arraia prenha presa em uma estrutura de aquicultura,em Portugal; imagem concorre ao Ocean Photographer of the Year 2024 — Foto: João Rodrigues
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Uma plataforma de gelo derretida no Ártico cria cachoeiras,no Mar de Barents,Ártico; imagem concorre ao Ocean Photographer of the Year 2024 — Foto: Scott Portelli
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Mergulhadores livres do Papahānaumokuākea Marine Debris Project,no Havaí,trabalham para remover uma grande rede fantasma das águas do extremamente remoto e desabitado Pearl e Hermes Atoll; imagem concorre ao Ocean Photographer of the Year 2024 — Foto: Andrew Sullivan-Haskins
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Imagem de um recife de coral branqueado,em Maiote,é finalista no Ocean Photographer of the Year 2024 — Foto: Gabriel Barathieu
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Um transbordo ocorre no mar no arquipélago de Myeik,onde os barcos transferem suas capturas para outros barcos para transporte para o continente de Mianmar; imagem concorre ao Ocean Photographer of the Year 2024 — Foto: Sirachai Arunrugstichai
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Foto de baleia morta na Islândia é finalista em categoria de Fotógrafo de Conservação Oceânica do Ano (Impacto) — Foto: Frederik Brogaard
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