"Promoção é o que temos de fazer. O senhor ministro das Finanças permite,na proposta de orçamento,que o ministro da Agricultura possa descativar verbas do IVV e do IVDP. Posso dizer que já tenho o despacho pronto para,mal o orçamento entre em vigor,eu descative as verbas do IVV e do IVDP para o objetivo promoção",afirmou José Manuel Fernandes.
O governante falava no parlamento,durante uma audição na Comissão de Agricultura e Pescas,depois de aprovado um requerimento do grupo parlamentar do PCP sobre a crise no setor do vinho e medidas de apoio aos produtores de uva.
A vindima que está na fase final ficou marcada pelos 'stocks' acumulados de vinhos e queixas de viticultores,nomeadamente no Douro,que não conseguiram vender a uva.
O ministro já tinha falado anteriormente sobre as cativações das verbas destinadas à promoção,quer no IVV,quer no IVDP,considerando ser uma medida de "legalidade duvidosa" e até de uma "imoralidade imensa".
José Manuel Fernandes disse ainda que o Governo está a trabalhar na rotulagem de origem.
"É essencial que o consumidor saiba a origem daquilo que está a consumir,é uma questão de transparência,não consigo sequer perceber como pode haver algumas pessoas que podem estar contra este objetivo. Isto será uma portaria e a acompanhar esta situação haverá um decreto-lei,onde na restauração também queremos que esta informação esteja disponível para o consumidor",frisou.
O ministro lembrou ainda que está a ser estudada a incorporação de aguardente feita com uvas exclusivas do Douro no vinho do Porto.
"Isto exige que haja um estudo económico,exige que não haja prejuízo para os produtores e que não haja uma diminuição da mais valia que é o vinho do Porto",frisou o governante.
A utilização obrigatória de aguardente da região na produção de vinho do Porto tem sido uma das principais reivindicações dos viticultores,que defendem que esta medida poderia ajudar a combater os excedentes de vinho no Douro.