Governo senegalês quer aumentar rendimento 'per capita' em 50% em 5 anos

O presidente Bassirou Diomaye Faye,empossado em abril,presidiu ao lançamento de um ambicioso programa de transformação da economia e do Estado,em Diamniadio,perto de Dacar,tendo ao lado o primeiro-ministro Ousmane Sonko.

 

O plano será aplicado até 2050 e visa tirar o país do subdesenvolvimento,da dependência e do endividamento excessivo.

A apresentação deste plano,intitulado 'Senegal 2050: Agenda de Transformação Nacional',ocorre a poucas semanas das eleições legislativas antecipadas de 17 de novembro.

Até 2029,ou seja,até ao final do mandato de Faye,o Senegal deve lançar as bases deste novo modelo e sanear o quadro económico,declarou Souleymane Diallo,diretor-geral do Planeamento,do Ministério da Economia.

O governo prevê um crescimento anual da economia do país de 6,5% a 7% para o período 2025-2029.

O objetivo é reduzir a dívida da administração central de 83,7% do produto interno bruto (PIB) em 2023 para 70% e o défice orçamental para 3% "dentro de um prazo razoável",explicou Souleymane Diallo.

O défice foi em média de 10,4% durante o período de 2019-2023,de acordo com o governo.

Diallo afirmou a necessidade de aumentar as receitas fiscais sem aumentar os impostos,de controlar as despesas correntes e de orientar melhor os subsídios à energia,que,segundo ele,representam 4% do PIB,"sem impacto nos preços da eletricidade".

A inflação "será mantida sob controlo em cerca de 2% durante os próximos cinco anos",afirmou.

Com as outras ações previstas,"o rendimento médio dos senegaleses deverá passar de 1.660 dólares (1.521 euros) para 2.468 dólares (2.262 euros),um aumento de quase 50% em cinco anos",afirmou,referindo-se ao rendimento 'per capita'.

"A esperança de vida à nascença aumentará pelo menos três anos",acrescentou.

Em 2023,a esperança de vida à nascença será de quase 69 anos,de acordo com a Agência Nacional de Estatística.

O governo pretende alcançar o acesso universal a água e eletricidade.

Apesar das suas riquezas naturais,como o petróleo e o gás,o Senegal continua a ocupar o 169.º lugar entre 192 países no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU.

De acordo com Diallo,em cinco anos o país deverá passar de um desenvolvimento humano baixo para um desenvolvimento humano médio.