‘O Brasil é um país em que estamos para o longo prazo’, diz presidente da PepsiCo no Brasil

Alexandre Carreteiro,presidente da companhia no Brasil,fala do lançamento do snack Tostitos,que marcou presença Rock in Rio — Foto: Divulgação

RESUMO

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GERADO EM: 20/09/2024 - 04:00

PepsiCo investirá R$1,2 bilhão no Brasil e lança novas marcas de snacks,apostando em sustentabilidade e crescimento.

A PepsiCo planeja investir R$ 1,2 bilhão no Brasil,lançando seis novas marcas de snacks em nove meses. A empresa aposta no crescimento do consumo de aperitivos e inovação,preparando-se para ter a primeira fábrica do mundo livre de emissões em Itu,SP. Com foco no longo prazo,a empresa busca dobrar seu negócio nos próximos anos,investindo em sustentabilidade e tecnologia. A estratégia inclui adaptar produtos regionalmente e promover inclusão em eventos como o Rock in Rio.

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Depois de lançar apenas uma marca no Brasil em dez anos,a PepsiCo,gigante americana do setor de bebidas e alimentos,pisou no acelerador. Somente nos últimos nove meses,foram seis novos produtos,que fazem parte de um plano de investimento de R$ 1,2 bilhão no país. Em visita ao Rio para participar do Rock in Rio,Alexandre Carreteiro,explica que o maior ritmo reflete o crescimento do segmento de snacks salgados e o aumento do número de consumidores. Mas os planos vão além dos novos sabores. A multinacional se prepara para ter,em Itu,São Paulo,a primeira fábrica do mundo 100% livre de emissões a partir do biometano e reaproveitamento da água.

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Por que a empresa vem acelerando o número de lançamentos no Brasil?

Nos últimos dez anos,lançamos uma marca que foi Lay’s. E nesses últimos nove meses,lançamos seis marcas,como Lay’s Rústica,Doritos Dinamita,Popcorns,Cheetos Crunchy,Ruffles Outback e novos sabores em Doritos com a Heinz. E agora temos Tostitos,que é uma marca relevante nos EUA e no México. Trouxemos a marca para o Rock in Rio. Tostitos é uma tortilha redonda,um pouco mais rígida,para comer com molho. É uma marca que veio para ficar,e a trouxemos para o Brasil. Estamos entrando em novos momentos de consumo,como o aperitivo,que é uma tendência. Vemos um futuro promissor no Brasil. Começamos com o sabor sal marinho e pimenta mexicana. Inovação é muito importante.

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E como está o volume de investimentos no Brasil?

Investimos R$ 1,2 bilhão em novas capacidades,linhas de produção,inovação no campo e tecnologia. Temos um centro de pesquisa e desenvolvimento em Sorocaba (São Paulo) que está trabalhando cada vez mais para capturar tendências de mercado. Há cinco anos,tínhamos 1 milhão de consumidores na nossa base de dados; hoje temos 18 milhões. Isso nos permite capturar mais insights e inovar mais. Apostamos no Brasil. Quando analisamos o segmento de biscoitos salgados e doces,o de snacks salgados é o que mais cresce. Estamos crescendo a dois dígitos. Nos últimos quatro anos,dobramos o tamanho do nosso negócio e queremos dobrar novamente nos próximos quatro anos. Esse crescimento vem muito da inovação e do engajamento com nossos consumidores.

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Esse ciclo de investimento já acabou?

Estamos consolidando esse investimento agora. O Brasil é um país em que estamos para o longo prazo. Temos um plano de crescimento forte. Em novembro,nossa fábrica de Itu (SP) será a primeira fábrica da PepsiCo no mundo a ser net zero em emissões de CO2,utilizando biometano. Há ainda investimento em água na unidade,onde temos uma membrana bioreativa. Estamos há mais de 130 dias sem usar água do município. A intenção é reutilizar toda a água no processo. Temos sido pioneiros em sustentabilidade,com tecnologia no campo e agricultura regenerativa,além de nas fábricas. Temos oito unidades fabris no Brasil. A membrana bioreativa será instalada também em Sete Lagoas (Minas Gerais) e Curitiba (Paraná),nossas maiores fábricas. Depois,continuaremos implantando essa tecnologia,pouco a pouco,em todas as nossas fábricas.

A unidade de Itu será referência para o grupo no mundo?

Sim,será referência para todo o grupo. O Brasil está muito avançado em sustentabilidade e agricultura regenerativa. Esse investimento foi forte e continuaremos nesse caminho.

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Como está o calendário de lançamentos de novos produtos a partir de agora?

Este ano é diferente,porque antes muitos produtos entravam e ficavam seis meses. Agora,esses produtos vêm para ficar. Identificamos que o sabor picante vem ganhando muita relevância. No Doritos Dinamita,lançamos o sabor Flamin’ Hot e adaptamos ao paladar brasileiro,já que o nível de picância no México é mais forte. No Brasil,o paladar inclui ainda um toque de limão.

Marca investe no segmento de snacks salgados — Foto: Divulgação / Pepsico

Qual é a tendência de consumo no país para uma empresa global?

Dividimos o Brasil em quatro regiões e,cada vez mais,estamos adaptando o consumo regional. Na marca Torcida,lançamos os sabores pão de alho e vinagrete,para serem consumidos com churrasco. Vamos seguir esse caminho,com sabores regionais e momentos de consumo mais especializados.

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A empresa acabou de lançar um hub de inovação global no Brasil. Qual é a importância do projeto?

Uma empresa precisa pensar no presente e no futuro. Este é o primeiro hub de inovação global da PepsiCo fora dos Estados Unidos. O objetivo é trabalhar um ecossistema de inovação aberto,com universidades e startups. Não estamos focados apenas em produtos,mas também em serviços. No agro,por exemplo,estamos ajudando nossos agricultores a terem mais previsibilidade sobre o clima e a monitorarem melhor suas culturas com drones,como no caso das batatas e do milho.

Qual é a estratégia da companhia ao participar de eventos como o Rock in Rio?

Destacamos sempre acessibilidade,diversidade,equidade e inclusão. Hoje,50% das nossas líderes são mulheres e 30% são negros. Nos últimos quatro anos,aumentamos em 13 pontos a presença de negros e em 13 pontos a presença de mulheres. No meu time direto,60% são mulheres. No Rock in Rio,estamos investindo em acessibilidade para pessoas com deficiência (PCD),com um local específico para que possam assistir aos shows.