Fed corta taxas de juro em 50 pontos base

"À luz do progresso na inflação e no equilíbrio dos riscos,o Comité decidiu reduzir o intervalo-alvo para a taxa dos fundos federais em 1/2 ponto percentual,para 4-3/4 [4,75%] a 5%",lê-se no comunicado da Fed divulgado hoje,após a reunião de dois dias.

 

Este corte surge numa altura em que o Comité de Política Monetária da Fed (FOMC,na sigla em inglês) "ganhou mais confiança de que a inflação está a mover-se de forma sustentável em direção a 2% e avalia que os riscos para atingir as metas de emprego e inflação estão praticamente equilibrados".

Os mercados já antecipavam um corte,ainda que sem certezas sobre a dimensão.

A Fed acabou por optar por um corte de maior dimensão,de 50 pontos base em vez de 25,numa decisão que foi quase unânime: votaram 11 contra um,a governadora Michelle Bowman,que preferia uma redução menor.

São ainda esperadas mais reduções das taxas diretoras neste ciclo de flexibilização,com os responsáveis pela política monetária a sinalizar que "ao considerar ajustes adicionais ao intervalo-alvo para a taxa dos fundos federais,o Comité avaliará cuidadosamente os dados recebidos,a evolução das perspetivas e o equilíbrio dos riscos".

Este é o primeiro corte da Fed desde que iniciou este ciclo de política monetária,na sequência da pandemia de covid-19,no qual subiu juros pela primeira vez em março de 2022 e aumentou as taxas diretoras por mais dez vezes,até julho de 2023.

A última redução das taxas diretoras aconteceu em 16 de março de 2020,numa resposta à quebra económica provocada pela pandemia.

Nesta reunião de setembro,foram também atualizadas as projeções,sendo que a taxa de desemprego esperada este ano foi revista em alta para 4,4%,face à projeção de 4% na última atualização em junho,e reduzida a perspetiva de inflação para 2,3%,de 2,6% anteriormente.

Já a economia norte-americana deverá crescer 2% este ano (abaixo dos 2,1% projetados em junho),bem como em 2025,segundo as previsões atualizadas.

[Notícia atualizada às 19h32]