Segundo dia de audiência de instrução e julgamento de caso de advogado morto no Centro do Rio — Foto: Divulgação/TJRJ
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 11/09/2024 - 04:30
Audiência revela conexões surpreendentes no caso Crespo
Audiência do assassinato de advogado Rodrigo Marinho Crespo revela testemunhas surpreendentes,incluindo a história de aposentado que alugou carro usado no crime. Depoimentos apontam para conexões entre locadora,policiais e acusados. Caso envolve mistério e tensão,com revelações chocantes. Próximo dia de audiência promete mais revelações.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Após seis meses do assassinato do advogado Rodrigo Marinho Crespo,no Centro do Rio,na calçada da sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ),está acontecendo a audiência de instrução e julgamento do caso no 3º Tribunal do Júri da Capital. Nesta terça-feira,mais sete testemunhas foram ouvidas: seis de acusação e uma de defesa. Um homem revelou que jogava entulho na beira de uma estrada,em Jardim Sulacap,quando foi abordado por um desconhecido que lhe ofereceu R$ 500 para assinar um documento e retirar um carro em uma locadora. O veículo alugado teria sido o usado no crime contra o advogado.
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— Só entreguei a CNH e assinei o contrato. Fiz apenas uma vez. Depois que saímos da locadora,cada um seguiu para o seu lado — contou o homem identificado como João Bosco de Oliveira,ao afirmar que não conhecia nenhum dos acusados.
Ele foi identificado como a pessoa a quem foi alugado o Gol branco usado no crime. O aposentado afirmou que jogava entulho na beira da Estrada do Catonho,quando foi abordado por uma pessoa que lhe ofereceu R$ 500 para assinar um documento e retirar um carro numa locadora.
A primeira testemunha ouvida na última terça-feira foi Marcelo Flavio de Paula Silva,sócio-gerente da locadora de automóveis em que foi alugado o Gol branco usado no crime. Segundo ele,o veículo foi alugado por João Bosco de Oliveira,mas quem fazia contato com a empresa referente a este e outros três carros alugados era o policial Leandro Machado,um dos réus do processo. Marcelo afirmou que não se lembrava do que havia declarado em sede policial.
“A testemunha disse que,na época da locação,tinham dito a ele que os veículos seriam usados para uma empresa de segurança que seria aberta. Marcelo também afirmou que já alugou carros para Vinícius Drummond e que anotações feitas em cadastros encontrados na locadora com termos como “zoológico” e “pessoal de Caxias” teriam sido feitas por funcionários que,posteriormente,foram demitidos da empresa. Disse ainda que esta foi a primeira vez que teve um veículo da empresa envolvido em um crime e que,normalmente,as ocorrências são de “batidinhas de carro”. Informou também que,na época do crime,a locadora tinha cinco funcionários e um acervo de cerca de 400 carros para locação”,informou o TJRJ.
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O segundo depoimento foi de Flávio Alves de Lima,também sócio do estabelecimento. Ele contou que a frota era formada por carros dele e os de Marcelo,que era responsável pela parte comercial do negócio. Afirmou que não conhecia nenhum dos réus e que só soube depois do crime que o carro,que pertenceria a Marcelo,havia sido alugado por João Bosco. Disse ainda desconhecer os termos utilizados nas fichas de entrega dos veículos.
Em seguida,continuou com o ex-funcionário Fábio Marques Santiago,que fazia a manutenção dos veículos e o preenchimento do “checklist” para entrega dos automóveis. Segundo TJRJ,ele disse que os termos utilizados nas fichas eram passados pelos motoristas que retiravam os carros. Revelou que conhecia Cezar Mondêgo,pois moravam no mesmo bairro. E que já havia visto o acusado Eduardo Sobreira na locadora com Mondêgo.
No final,para encerrar as testemunhas de acusação,também foram ouvidos Yago Silvestre da Silva Pereira,que trabalha em uma loja de telefones celulares na Uruguaiana,e Ana Patrícia da Rocha Estolano,ex-mulher de Eduardo Sobreira. Yago contou que apagou todos os dados de um aparelho a pedido de Cezar Mondêgo. Já Ana,que falou na condição de informante,disse que a polícia lhe pediu seu telefone para verificar algumas conversas mantidas com o ex-marido.
A última e única testemunha de defesa ouvida durante o segundo dia de audiência,Antonio José da Silva Malhano,afirmou conhecer o policial Leandro Machado. E que no dia do crime,entre 19h30 e 21h30,o acusado estaria numa reunião maçônica em Duque de Caxias.
Nesta quarta-feira,a audiência continua a partir das 13h para ouvir mais seis testemunhas de defesa. No total,são previstos os depoimentos de 23 testemunhas - acusação e defesa - e o interrogatório dos três réus.