Primeiro estudo global de poluição plástica do mundo aponta a Índia como maior fonte desse material e a queima de lixo como um problema muito maior do que se pensava anteriormente — Foto: Idrees Mohammed/AFP
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 05/09/2024 - 04:01
Impacto da queima de lixo na poluição plástica
Queimar lixo é tão prejudicial quanto descartar no chão,aponta estudo global sobre poluição plástica. Índia lidera como maior fonte de plástico,com queima de resíduos sendo subestimada. O impacto na qualidade do ar e na saúde é grave,especialmente em regiões pobres. Tratado global em fase final de negociação.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Queimar plástico em lixões e fogueiras é um problema tão grave para o planeta quanto jogar lixo no chão,disseram cientistas nesta quarta-feira em uma nova avaliação detalhada de como o plástico se comporta no meio ambiente. O primeiro estudo global de poluição plástica do mundo,publicado na revista Nature,identifica a Índia como a maior fonte desse material e a queima de lixo como um problema muito maior do que se pensava anteriormente.
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As descobertas antecedem negociações importantes para um tratado global sobre plásticos,e os pesquisadores esperam que elas informem melhor os formuladores de políticas enquanto eles consideram a melhor forma de lidar com a crise crescente. Plástico já foi encontrado na neve no topo das montanhas mais altas e nas profundezas dos oceanos mais remotos,e pequenas partículas foram detectadas no sangue e no leite materno.
Grande parte da culpa é frequentemente atribuída ao lixo plástico: pedaços maiores,como canudos,que são jogados fora e demoram muito para se decompor,destruindo ecossistemas para as próximas gerações.
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O Projeto Verde Mar tem mergulhadores para coleta de resíduos no mar,a serem catalogados e usados como dado em estudos científicos — Foto: Projeto Verde Mar / Divulgação
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Na Praia de Ipanema,na Zona Sul do Rio,tartaruga foi encontrada presa a plástico durante trabalho do Instituto Mar Urbano — Foto: Instituto Mar Urbano / Ricardo Gomes / Divulgação
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O Projeto Verde Mar tem mergulhadores para coleta de resíduos no mar,a serem catalogados e usados como dado em estudos científicos — Foto: Projeto Verde Mar / Divulgação
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Voluntária da ong global Sea Shepherd coleta petrecho de pesca na água — Foto: Sea Shepherd / Divulgação
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Voluntários do Projeto Verde Mar participam do mutirão de limpeza na Praia Vermelha,no Rio — Foto: Projeto Verde Mar / Divulgação
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Voluntários do Projeto Verde Mar reúnem os resíduos coletados durante mutirão na Praia Vermelha,na Urca — Foto: Projeto Verde Mar / Divulgação
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O Projeto Verde Mar tem mergulhadores para coleta de resíduos no mar,a serem catalogados e usados como dado em estudos científicos — Foto: Projeto Verde Mar / Divulgação
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O Projeto Verde Mar tem mergulhadores para coleta de resíduos no mar,a serem catalogados e usados como dado em estudos científicos — Foto: Projeto Verde Mar / Divulgação
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Lixo encontrado na Praia Vermelha,na urca,durante mutirão de limpeza do Projeto Verde Mar deste ano — Foto: Projeto Verde Mar / Divulgação
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Pesquisadora da UniRio,em parceira com o Instituto Mar Urbano,mostra o ofiuróide (laranja) preso a coral. A espécie invasora pode ter sido trazida por ação humana,por meio de embarcações. — Foto: Instituto Mar Urbano / Ricardo Gomes / Divulgação
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Voluntária da ong global Sea Shepherd encontra rede fantasma. O utensílio de pesca abandonado é um risco para os animais marinhos,que morrem ao ficarem presos. — Foto: Sea Shepherd / Divulgação
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Voluntária da ong global Sea Shepherd coleta lixo do fundo do mar durante ação de limpeza — Foto: Sea Shepherd / Divulgação
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Ong de atuação global,a Sea Shepherd faz ações em defesa da preservação dos oceanos em todo o mundo,que vão desde limpeza até enfrentamento direto a navios de pesca ilegais. — Foto: Sea Shepherd / Divulgação
Mas pelo menos a mesma quantidade de poluição plástica é causada pela queima irregular,principalmente em regiões pobres onde não há alternativas disponíveis,disse Costas Velis,da Universidade de Leeds.
"Historicamente,essa não tem sido nossa percepção do lixo marinho ou da poluição plástica",disse Velis,que liderou a pesquisa.
Risco à saúde
A equipe de Velis criou um inventário global detalhado da poluição plástica em cidades usando IA para auxiliar na modelagem da gestão de resíduos em mais de 50 mil municípios. Eles estimaram que cerca de 52 milhões de toneladas de resíduos plásticos entraram no meio ambiente em 2020 — 43% como lixo não queimado e 57% por meio de fogueiras acesas em casas,ruas ou lixões.
Queimar lixo de forma inadequada e deixar o plástico queimando dessa maneira não fez com que ele "desaparecesse",mas apenas espalhou pedaços menores por todo o ambiente,disse Velis. Ele acrescentou que isso também piorou a qualidade do ar e expôs as pessoas que moram nas proximidades a aditivos muito prejudiciais que são liberados quando o plástico é queimado.
"Muitas coisas acontecem muito perto de indivíduos vulneráveis",mas a questão não recebeu nem de longe a atenção que deveria,disse ele à AFP. "É algo que requer nossa atenção total e imediata."
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Pesquisadores descobriram que a principal fonte de resíduos plásticos nos países do Sul global eram resíduos não coletados,com quase 1,2 bilhão de pessoas vivendo sem nenhum outro meio de descartar o lixo. Nos países mais ricos do Norte global,o maior culpado foi o lixo.
A Índia,e não a China,como sugerido em estudos anteriores,foi o maior contribuinte para o desperdício de plástico,seguida por Nigéria e Indonésia,todos países com grandes populações e desafios de gestão de lixo. A China ficou em quarto lugar.
As negociações finais para um tratado global sobre poluição plástica começam na Coreia do Sul no final de novembro.