Indústria e serviços impulsionam economia do Brasil no segundo trimestre

Em valores correntes,o Produto Interno Bruto (PIB),ou seja,a soma de toda a riqueza produzida no Brasil,totalizou 2,9 biliões de reais (cerca de 468 mil milhões de euros à cotação atual) no período em análise.

 

O PIB brasileiro acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2024,comparado ao mesmo período de 2023,cresceu 2,5%.

Sobre os dados do segundo trimestre,o IBGE explicou que os crescimentos registados na indústria,de 1,8%,e nos serviços,de 1%,contribuíram no período para essa taxa positiva,enquanto a agropecuária recuou 2,3%.

Rebeca Palis,coordenadora de Contas Nacionais do IBGE,observou que "com o fim do protagonismo da agropecuária,a indústria se destacou nesse trimestre,em especial na eletricidade e gás,água,esgotos,atividades de gestão de resíduos e na construção".

Pela ótica da procura houve um aumento no consumo das famílias e o consumo do Governo entre abril e junho,que cresceram à mesma taxa (1,3%) e na formação bruta de capital fixo,que subiu 2,1%.

Esses setores,de acordo com o IBGE,foram incentivados pelas condições do mercado de trabalho,pelos juros mais baixos e pelo crédito disponível,entre outros fatores.

No mesmo período,a taxa de investimento no Brasil foi de 16,8% do PIB,acima dos 16,4% registados no segundo trimestre de 2023. Já a taxa de poupança foi de 16%,abaixo dos 16,8% do mesmo trimestre de 2023.

Quanto ao setor externo,as exportações de bens e serviços do Brasil subiram 1,4%,enquanto as importações de bens e serviços cresceram 7,6% face ao primeiro trimestre de 2024.

O consumo no Brasil tem aumentado impulsionado pela forte queda do desemprego,que no trimestre encerrado em junho ficou em 6,a taxa de desemprego mais baixa em uma década,bem como pelo aumento dos rendimentos,do crédito e dos subsídios distribuídos pelo Governo.

Rebeca Palis realçou que,contribuíram,ainda,para a performance dos componentes da procura,"a alta dos investimentos,beneficiados pelo crescimento da importação e a produção nacional de bens de capital,o desempenho da construção e,também,o desenvolvimento de software. Além disso,ao contrário do ano passado,o setor externo tem contribuído negativamente para o crescimento da economia".

Segundo os economistas,a procura interna do Brasil cresceu acima da capacidade produtiva do país,o que explicou o forte aumento das importações (+7,6%) e poderá pressionar a inflação,um receio já admitido pelo Banco Central,que pode por isso decidir aumentar novamente as taxas de juro.

O PIB do Brasil cresceu 4,8% em 2021,3% em 2022 e 2,9% em 2023. A previsão do mercado financeiro é que a expansão da economia brasileira em 2024 fique em 2,1%. Já o Governo espera um crescimento de 2,5%,embora as autoridades locais já tenham sinalizado que essa projeção deve alterada para cima em razão dos resultados já obtidos.