Moçambique. Produção de 5 milhões de toneladas de gás em águas profundas

"Este é um marco significativo para o projeto e representa não só um grande feito a nível técnico e operacional,como também um testemunho da dedicação,empenho e colaboração de toda a equipa e parceiros",anunciou a petrolífera,operadora da Área 4,que integra ainda como parceiros a ExxonMobil,China National Petroleum Corporation (CNPC),GALP,KOGAS e ENH.

 

A produção de GNL a partir desta área tem sido feita pela plataforma Coral Sul FLNG,que iniciou a sua atividade em outubro de 2022 e exportou até a data 70 carregamentos de GNL e 10 de condensado,"contribuindo significativamente para o crescimento económico do país",refere a Eni.

A petrolífera acrescenta que a Coral Sul "é um projeto de referência para a indústria e colocou Moçambique entre os produtores globais de GNL,lançando as bases para uma mudança transformacional do país",recorrendo aos recursos de gás,"que contribuem ao mesmo tempo para uma transição energética justa e sustentável".

"Este feito reforça o nosso compromisso de proporcionar um valor excecional ao país. Continuaremos a trabalhar com os nossos parceiros e com o Governo de Moçambique para garantir a valorização dos vastos recursos de gás de Moçambique através do desenvolvimento de projetos adicionais de gás",garantiu Marica Calabrese,diretora-geral da Eni Rovuma Basin,citada na mesma informação da petrolífera italiana.

A Coral Sul FLNG é uma plataforma com capacidade de liquefação de gás de 3,4 milhões de toneladas por ano (MTPA) e irá colocar em produção 450 mil milhões de metros cúbicos de gás do "vasto reservatório Coral",localizado ao largo da bacia do Rovuma.

Trata-se da primeira instalação flutuante de GNL "alguma vez instalada nas águas profundas do continente africano",tendo sido "concebida como um projeto pioneiro e com tecnologia de ponta para um ambiente 'offshore',com forte enfoque na eficiência energética,ao mais alto nível do setor de GNL".

A Eni,concessionária da Área 4 do Rovuma,anunciou anteriormente que tem em curso o desenvolvimento de uma segunda plataforma flutuante,cópia da primeira e designada Coral Norte,para aumentar a extração de gás.

Fonte da empresa explicou no final de outubro do ano passado à Lusa que este plano envolve,nomeadamente,a aquisição da segunda plataforma FNLG,para a área Coral Norte,idêntica à que opera na extração de gás na área Coral Sul,já em construção na Coreia do Sul.

"A Eni está a trabalhar para o desenvolvimento do Coral Norte através de uma segunda FLNG em Moçambique,aproveitando a experiência e as lições aprendidas na Coral Sul FLNG,incluindo as relacionadas com custos e tempo de execução",acrescentou a mesma fonte da petrolífera,operador delegado daquele consórcio.

Um documento divulgado anteriormente,elaborado pela firma moçambicana Consultec para a petrolífera Eni,aponta tratar-se de um investimento de sete mil milhões de dólares (6,3 mil milhões de euros),sujeito a aprovação do Governo moçambicano.

Se o cronograma correr como previsto,a plataforma começará a produzir no segundo semestre de 2027,ou seja,poderá arrancar ainda antes dos projetos em terra,que dependem de implicações de segurança devido à rebelião armada em Cabo Delgado.

A Coral Norte vai ficar estacionada 10 quilómetros a norte da Coral Sul,cuja produção arrancou em novembro do ano passado,tornando-se no primeiro projeto a tirar proveito das grandes reservas da bacia do Rovuma.