Aumento dos salários na zona euro abranda para 3,55% no 2.º trimestre

Entre abril e junho deste ano,o aumento homólogo dos salários negociados na zona euro (3,55%) é o mais baixo desde o último trimestre de 2022.

 

Os dados sobre a evolução dos salários antes da reunião em setembro do BCE é um indicador a que o banco central presta "especial atenção" pelo impacto que pode ter na inflação no setor dos serviços.

"A queda dos salários negociados na zona euro no segundo trimestre foi superior à esperada",disse o economista sénior da zona euro no ING Research,Bert Colijn,advertindo que,apesar de poder haver ainda "surpresas positivas" no final do ano,o aumento dos salários hoje conhecido "torna ainda mais provável um corte de 25 pontos base [nas taxas de juro do BCE] em setembro".

O economista refere também que o abrandamento dos salários "trará algum alívio para aqueles que defendem um ciclo de cortes graduais nas taxas de juro,uma vez que o crescimento salarial negociado de 3,55% em termos homólogos está mais em linha com as perspetivas da inflação a médio prazo".

No entanto,o economista adverte para o facto de o crescimento salarial ser ainda "demasiado elevado" para se atingir o objetivo de inflação de 2%,dado o "fraco crescimento da produtividade".

Assim,o caminho para a moderação salarial poderá "estar repleto de obstáculos" e o segundo semestre de 2024 poderá ainda trazer "algumas surpresas",uma vez que os sindicatos,particularmente na Alemanha,continuam a exigir salários elevados nas negociações.

"Embora isso seja ótimo para os consumidores e melhore um pouco as perspetivas económicas,poderá ser menos positivo para o BCE no final deste ano",sublinha Colijn.