Urna eletrônica — Foto: Leo Martins
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Câmaras municipais das capitais brasileiras reduzem fragmentação partidária
As câmaras municipais das capitais brasileiras registram redução de 28% no número de partidos representados,com Boa Vista liderando com queda de 53%. Trocas partidárias reduziram a fragmentação. Mudanças visam fortalecer candidaturas e bases eleitorais para as eleições de 2026. Janela partidária permitiu 73% dos políticos a mudarem de partido.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Prestes a serem novamente renovadas,as Câmaras Municipais das capitais do país estão representadas atualmente por 28% menos partidos do que em 2021,quando os atuais vereadores tomaram posse. Um levantamento feito pelo cientista político Murilo Medeiros,da Universidade de Brasília (UnB),aponta que trocas de legendas reduziram em quase um terço a fragmentação partidária desde a última eleição.
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A capital onde os partidos mais perderam representatividade na Câmara Municipal foi em Boa Vista (RR),com uma redução de 53%. Lá,as maiores bancadas são do MDB,com sete vereadores; PP,com quatro; e Republicanos,com quatro. Ao todo,73% dos políticos resolveram mudar de partido na última janela partidária,período em que a troca de sigla é permitida sem a perda do mandato.
Em segundo lugar aparece Porto Velho (RO). Dos 14 partidos com vereadores em 2021,apenas sete seguiram sendo representados em 2024,com 95% dos políticos mudando de partido. Empatado por Porto Velho está Palmas,no Tocantins,com 50% menos representatividade para os partidos e 74% dos vereadores mudando de legenda.
Ter vereadores no exercício do mandato é considerado um trunfo para os partidos no período eleitoral,principalmente para usar a gestão como vitrine de campanha e a popularidade do político para impulsionar outras candidaturas da legenda.
Responsável pelo estudo,Medeiros explica ainda que a capilaridade do partido nos municípios pode ter reflexo nas eleições de 2026,além de revelar o potencial das bases eleitorais.
— A eleição municipal é um termômetro para medir a força e a capilaridade dos partidos políticos em nível regional,com reflexos nas eleições gerais de 2026. Conquistar cadeiras nas Câmaras Municipais,especialmente nas capitais,é uma vitrine para que legendas possam revelar o potencial de suas bases eleitorais,impactando na ampliação de bancadas federais. É um trunfo que pode projetar lideranças e partidos no quadro político nacional — afirma.
A janela partidária é um período de 30 dias em que os vereadores podem trocar de legenda sem prejuízo para o mandato. O prazo limite para essa migração se encerrou em abril.