Num comunicado hoje divulgado,a intersindical disse que "o que garantirá condições e qualidade de vida aos reformados e pensionistas é o aumento significativo das pensões e reformas para responder às necessidades".
Segundo a CGTP,"para lá de medidas pontuais que não deixarão de ser aproveitadas por quem delas necessita,o anunciado 'suplemento extraordinário' em outubro (apenas) não pode servir de pretexto a um aumento das reformas aquém do necessário e possível".
O primeiro-ministro,Luís Montenegro,anunciou na quarta-feira que o Governo vai aprovar um suplemento extraordinário para as pensões mais baixas,que irá variar entre os 100 e 200 euros,e será pago em outubro.
Numa intervenção na Festa do Pontal,em Quarteira,distrito de Faro,que marca a 'rentrée' política do PSD,Luís Montenegro anunciou um "suplemento extraordinário" pago em outubro e que será de 200 euros,para quem tenha pensão até 509,26 euros,de 150 euros para as pensões entre 509,26 e 1018,52 euros e 100 euros para as pensões entre 1.018,52 e 1.527,78.
A CGTP deixou várias outras críticas ao primeiro-ministro,dizendo que as suas declarações "passam ao lado da situação dos trabalhadores e do país e não dão respostas concretas aos graves problemas que afetam quem quer cá viver e trabalhar".
"O que valoriza o trabalho e os trabalhadores,são salários dignos e respeito pelas carreiras e profissões,e não a substituição de aumentos salariais por um insuficiente abaixamento de impostos",realçou,acrescentando que o "que fará com que os jovens queiram viver e trabalhar em Portugal são salários dignos,vínculos de trabalho estáveis,habitação acessível,que lhes permitam perspetivar o seu futuro".
Por outro lado,destacou,o que "responde aos problemas dos serviços públicos,e particularmente à grave situação dos Serviço Nacional de Saúde,é a sua capacitação e reforço",através da valorização dos trabalhadores que os asseguram,"e não medidas pontuais ou cujos efeitos estão a largos anos de distância". "É urgente a contratação de médicos,enfermeiros e outros profissionais,o aumento significativo dos salários e a valorização das respetivas carreiras",destacou.
A CGTP disse depois que,em Portugal,"62% dos trabalhadores por conta de outrem têm um salário bruto até 1.000 euros",acrescentando que "no final do ano passado,estima-se que 745 mil trabalhadores recebiam o salário mínimo nacional,cujo valor líquido é,atualmente,de 729,80 euros".
A intersindical referiu ainda que "um em cada dez trabalhadores encontra-se numa situação de pobreza".
"O brutal aumento do custo de vida,que afeta de forma mais significativa os que menos podem e menos têm,não permite que os salários e as pensões cheguem até ao fim do mês",apontando os "esmagadores custos com a habitação,as subidas escandalosas dos preços dos bens essenciais,nomeadamente da alimentação",que "significam uma imensa perda do poder de compra".