Médicos x estrelas: morte de Matthew Perry aumenta a lista de uma polêmica relação; entenda

Matthew Perry — Foto: Reprodução

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GERADO EM: 18/08/2024 - 04:01

Polêmica: Morte de Matthew Perry reacende debate sobre relação entre celebridades e médicos.

A morte de Matthew Perry expõe relação polêmica entre celebridades e médicos,com destaque para o uso de cetamina. A overdose do ator levanta questões sobre a supervisão médica,envolvendo médicos acusados de exploração. O caso reacende debates sobre a responsabilidade dos profissionais de saúde em lidar com adicções de pacientes famosos,evidenciando os riscos da busca por substâncias legais fora de padrões éticos.

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A morte da estrela de "Friends",Matthew Perry,e as prisões que se seguiram nesta semana destacam novamente a polêmica relação entre algumas estrelas de Hollywood e os médicos responsáveis por controlar suas adicções.

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O ator,que interpretava o personagem Chandler nessa série de culto,havia tornado público seu longo combate contra as adicções. Morreu de uma overdose de cetamina em seu jacuzzi em outubro de 2023,aos 54 anos.

Esse anestésico,às vezes utilizado com fins estimulantes,era ingerido pelo ator sob supervisão no contexto de sessões de terapia contra a depressão.

Quando lhe recusaram um aumento da dose,o comediante voltou à adicção,segundo a promotoria,e recorreu a traficantes e médicos complacentes para se abastecer.

Seu falecimento envolve dois médicos "sem escrúpulos",segundo Anne Milgram,da DEA,a agência federal antidrogas,que denunciou "a exploração" do ator pelos médicos Salvador Plasencia e Mark Chavez.

O caso lembra o do médico de Michael Jackson,que foi considerado culpado em 2011 de homicídio culposo por ter administrado ao ex-rei do pop uma dose mortal de um potente anestésico cirúrgico.

Armadilha

Elvis Presley,Marilyn Monroe e Prince também morreram após consumir substâncias legais obtidas por meio de profissionais de saúde.

"As regras se diluem com as celebridades e isso leva constantemente a tragédias",explica Harry Nelson,um advogado de Los Angeles especializado em saúde.

No caso de Perry,o Dr. Plasencia se abastecia de cetamina com seu colega Chavez,segundo a promotoria. Os frascos,que custavam 12 dólares,chegavam ao ator por 2.000 dólares.

"Me pergunto quanto esse idiota vai pagar",disse Plasencia em setembro de 2023 em uma mensagem de texto sobre uma transação que faria com Perry,segundo informações coletadas pelos investigadores.

A situação é às vezes complicada,segundo Nelson.

As estrelas precisam proteger sua vida privada,e ir a um médico para obter uma receita e depois a uma farmácia para comprar medicamentos é impensável quando se está constantemente sob a mira dos paparazzi.

Alguns médicos se deixam levar pelo "glamour" de uma relação com um paciente famoso,que pode ser muito exigente. E às vezes cedem às suas demandas para "manter uma boa relação",mesmo que isso vá contra a ética profissional,acrescentou o especialista.

"Mas é uma armadilha" tanto para o "paciente famoso quanto para o médico",afirmou Nelson,que interveio em uma dúzia de casos trágicos envolvendo estrelas.

A cetamina é cada vez mais utilizada de forma legal para tratar a depressão e o estresse pós-traumático. A Califórnia tem clínicas privadas com tarifas extravagantes e clientela renomada,lembra o advogado.

Essa substância legal só pode ser administrada,em princípio,sob supervisão médica,devido ao risco de efeitos colaterais: perda de consciência ou problemas respiratórios,entre outros.