Passageiros se jogam no chão ao ouvir tiros durante sequestro de ônibus — Foto: Foto arquivo de 12/03/2024 - Carmélio Dias /Agência o Globo
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 18/08/2024 - 04:30
Audiência de sequestrador de ônibus no Rio
Suspeito de sequestro de ônibus no Rio,Paulo Sérgio de Lima enfrentará audiência com vítimas,incluindo petroleiro baleado. Antecedentes criminais revelam ações passadas do acusado,que confundiu refém com policial,desencadeando o incidente. Audiência marca nova etapa no processo,com testemunhas e detalhes do caso,evidenciando a complexidade das ações do sequestrador.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Cinco meses após ter mantido 16 pessoas reféns,por cerca de três horas,no interior de um ônibus na Rodoviária do Rio,na Região Central da Capital,e de disparar tiros que feriram duas pessoas,Paulo Sérgio de Lima,de 29 anos,será levado sob escolta policial de um presídio,nesta segunda-feira,até o juízo da 4ª Vara Criminal,na sede do Tribunal de Justiça,no Centro da cidade. Ele vai assistir o depoimento de testemunhas de acusação durante a segunda fase da audiência de instrução e julgamento. Entre os que serão ouvidos está o petroleiro Bruno Lima da Costa,de 34.
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Bruno levou três tiros disparados pelo suspeito,que o confundiu com um policial. Paulo Sérgio já tinha antecedentes criminais por roubar passageiros em um ônibus,em 2019,e era foragido da Justiça. Segundo a polícia apurou,após brigar com um traficante da Rocinha,onde estava escondido,e de o ferir com um tiro,Paulo fugiu da comunidade,indo para o Centro do Rio.
Ônibus com sequestrador na Rodoviária do Rio em 12/03/2024 — Foto: Foto arquivo: Domingos Peixoto/Agência O Globo
De lá,foi para a rodoviária,no dia 12 de março,onde pretendia embarcar para a cidade de Juiz de Fora,na Zona da Mata de Minas Gerais. Quando se preparava para entrar no coletivo,ele confundiu o petroleiro,que também iria viajar mo mesmo ônibus,com um policial do serviço reservado e disparou tiros. A vítima foi atingida por três disparos,e uma segunda pessoa foi ferida por estilhaços.
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Em seguida,Paulo entrou veículo e fez 16 reféns,incluindo crianças e mulheres. Policiais do Batalhão de Operações Especiais foram chamados e cercaram o local. Ruas próximas à rodoviária foram isoladas e houve bloqueio no trânsito em vários pontos. Por três horas,um negociador da PM conversou com o suspeito,e durante este período,Paulo chegou a fazer disparos para o alto. Apavorados,passageiros que já aguardavam pelo embarque no terminal rodoviário chegaram a se deitar no chão. Após liberar alguns reféns,ele se entregou e acabou preso. Pouco depois,foi levado para a 4ªDP (Central do Brasil),onde foi autuado em flagrante por sequestro e tentativa de homicídio.
Paulo já havia sido preso por roubar um ônibus com uma arma falsa,em abril de 2019. O assalto foi no Túnel Rebouças,que liga as zonas Norte e Sul do Rio. Pelo crime,foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão em regime fechado. Após dois anos,ele foi beneficiado com a progressão de pena para o regime domiciliar,até quebrar as regras do uso de tornozeleira eletrônica.
Paulo Sérgio ao chegar na delegacia após o sequestro — Foto: Reprodução da TV
A audiência de instrução e julgamento,desta segunda-feira,será a segunda que acontecerá em pouco mais de dois meses. Uma primeira fase anterior ocorreu no dia 10 de junho último. Na ocasião,14 pessoas foram ouvidas pelo juízo da 4ª Vara Criminal da Capital.
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Assalto dois dias antes do sequestro
Logo após a notícia da prisão de Paulo Sérgio,duas pessoas estiveram na 4ªDP,para onde o suspeito foi levado,e afirmaram terem sido assaltadas por ele dois dias antes do sequestro do ônibus. Elas estavam numa van,que fazia o trajeto Tijuquinha x Gávea,quando foram surpreendidos pelo anúncio de um assalto. O criminoso estava armado. Entre os pertences,segundo as duas vítimas,Paulo Sérgio roubou um cordão de ouro,peça que usava no momento do sequestro.
Quando a van passava pela Rocinha,Paulo desceu em um dos acessos à comunidade. Algumas vítimas,no entanto,o seguiram. Ao se depararem com traficantes locais,pediram ajuda para conter o criminoso. Paulo atirou. Um dos traficantes teria sido atingido por estilhaços. O sequestrador,então,decidiu se esconder em Minas Gerais.
Após passar pelo Centro do Rio,no dia 12 de março de 2024,Paulo Sérgio foi para a Rodoviária do Rio. Ao confundir um passageiro com um policial,ele fez disparos e iniciou o sequestro de 16 reféns,que durou três horas e acabou com duas pessoas feridas.