Sindicato dos trabalhadores da STCP fora de acordo garante "total abertura"

Em comunicado,o Sindicato dos Transportes Rodoviários Urbanos do Norte (STRUN) começa por reafirmar os pontos de convergência que,no seu entender,possibilitam a vantagem da "anunciada abertura ao diálogo por parte do concelho de administração" e que levaram os trabalhadores a cumprir,na segunda-feira,mais um dia de greve,a segunda em menos de um mês,ambas convocadas pelo STRUN.

 

Em 22 de julho,aquando da primeira greve convocada pelo STRUN,à Lusa,fonte da STCP referia que "foi feito um grande esforço por parte da empresa para chegar a acordo para 2024 com quatro dos cinco sindicatos,que representam mais de 80% dos seus trabalhadores".

"Este acordo não revê somente os salários,mas prevê também uma revisão das carreiras e dos subsídios que complementam o salário,como o subsídio de trabalho ao fim de semana",acrescentou a mesma fonte.

À data,a mesma fonte sublinhava ainda que apesar de o STRUN ter uma greve decretada desde novembro de 2023 às últimas duas horas de serviço,a STCP continuava aberta a negociar com este sindicato "tal como esteve sempre".

Com o comunicado de hoje,o sindicato pretende "clarificar posições" e demonstrar a sua "total abertura negocial a bem da empresa,do bem-estar dos trabalhadores e do serviço prestado à população" e na defesa da "retoma da paz social e desconvocação das greves programadas".

Para tal,aquele órgão representativo dos trabalhadores defende que a administração da STCP deve proceder a uma nova atualização das tabelas de remuneração base,por forma a que,em 2024,represente,a exemplo do que aconteceu em 2023,uma evolução média de 8% na revisão aplicada em dezembro.

Reivindicam também a revisão do enquadramento funcional do Sistema de Evolução Profissional (SEP),mantendo os atuais automatismos e enquadramentos de funções e a manutenção do acordo de empresa quanto às faltas justificadas,à figura do agente único e à assistência na doença.

O STRUN rejeita a ideia de que estas medidas sejam incomportáveis para a empresa,"até porque parte delas não significam impacto financeiro" e salienta que o atual ordenado base de um motorista de serviço público a iniciar carreira é de cerca de 840 euros,o que é "muito insuficiente".

Na segunda-feira,em declarações Lusa,o coordenador daquele sindicato,José Silva,adiantou que a paralisação de 26 horas -- entre 00:00 daquele dia e as 02:00 de terça-feira - teve uma adesão de 85%,e denunciou "pressões sobre os trabalhadores".

José Silva revelou que dos 370 autocarros que "deviam ter saído,só saíram 33" e acusou o administrador da STCP de ter "decretado serviços mínimos em excesso e de andar a pressionar e a ameaçar a torto e a direito os trabalhadores para não aderirem à greve".

À data,confrontado com estas acusações,o administrador da STCP,Rui Saraiva,repudiou aquelas acusações,garantindo que "nunca o Conselho de Administração pôs em causa o direito à greve".

"O que aconteceu é que temos a decorrer na STCP duas greves,uma às duas últimas horas de cada turno,que teve início a 08 de novembro de 2023,e esta agora que começou às 00:00 e vai até às 02:00 de dia 13. Temos duas greves e dois decretos de serviços mínimos pelo Conselho Económico e Social (CES). No nosso entendimento,era a junção desses dois decretos que levava a que pudéssemos fazer uma convocatória para o cumprimento dos serviços mínimo",clarificou,na altura,o administrador.

A administração da STCP assinalou que "chegou a um compromisso para o ano corrente,no passado mês de maio,com quatro dos cinco sindicatos representativos dos seus trabalhadores".

"Estes quatro sindicatos representam a maioria dos trabalhadores da empresa. O único sindicato que não assinou este compromisso foi o STRUN",acrescentou.