Ricardo Nunes dá entrevista para Natuza Nery,nesta segunda-feira (12) — Foto: Fabio Tito/g1
Ricardo Nunes,prefeito de São Paulo e candidato do MDB à reeleição,foi o quinto entrevistado da série do g1 com os candidatos à Prefeitura de São Paulo,nesta segunda-feira. As entrevistas são realizadas ao vivo pelo podcast O Assunto com transmissão no site,além do YouTube e TikTok.
Pablo Marçal: veja o que é #FATO ou #FAKE na entrevista para O AssuntoGuilherme Boulos: veja o que é #FATO ou #FAKE na entrevista para O AssuntoDatena: veja o que é #FATO ou #FAKE na entrevista para O AssuntoTabata Amaral: veja o que é #FATO ou #FAKE na entrevista para O Assunto
A equipe do Fato ou Fake checou as principais declarações do candidato. Leia:
"Nós estamos ampliando as nossas áreas de plantios de árvores. Ano passado a gente plantou 80 mil árvores,estamos com um trabalho contínuo.”
A declaração é #FATO. Veja por quê: A Prefeitura de São Paulo plantou 80 mil árvores em 2023,segundo um balanço ambiental divulgado pela prefeitura no final do ano passado. As árvores estão distribuídas entre plantios de incremento,compensação e reparação ambiental. Este ano já foram 32 mil plantios. Em 2021 e 2022,30 mil e 53 mil respectivamente.
Outros números do mesmo balanço ambiental: os viveiros municipais produziram mais de um milhão de mudas,sendo 850 mil de arbustivas e herbáceas,150 mil arbóreas e 35 mil medicinais e PANC's (Plantas Alimentícias não Convencionais). Em 2023 foram emitidas mais de 1.700 licenças ambientais,termos técnicos e despachos. Além de serem realizadas cerca de 700 fiscalizações ambientais com 228 autuações.
O Programa de Metas da Prefeitura traçou o objetivo de ter 180 mil árvores plantadas durante os quatro anos de gestão. Até o final de maio de 2023,o plantio acumulado realizado por incremento,compensação e reparação ambiental foi de 191.121 árvores.
“Consegui fazer bastante,a gente tá batendo recorde de investimento,esse ano R$ 18 bilhões de investimento,recorde absoluto.”
A declaração é #FATO. Veja por quê: A cidade de São Paulo teve seu orçamento para 2024 aprovado pela Câmara Municipal na sessão plenária do dia 21 de dezembro do ano passado. O valor da peça foi de R$ 111,8 bilhões,o que representa cerca de 16% a mais do que o aprovado para o Orçamento de 2023. Inicialmente,com um valor recorde,foram destinados cerca de R$ 15 bilhões a investimentos no município,30% a mais do que o indicado para o ano anterior.
No entanto,ao longo do ano,o valor previsto para o investimento foi reajustado em R$ 3 bilhões,chegando à marca de R$ 18.790.649.277,23,de acordo com as planilhas oficiais disponibilizadas na área de prestação de contas públicas,no site do município de São Paulo.
“Nós conseguimos,por exemplo,a Fitch,que você conhece bem,aquela agência internacional que classifica os países,estados e municípios,nos deu a classificação de Triple A. Ou seja,alto nível de investimento,baixo nível de endividamento.”
A declaração é #FATO. Veja por quê: Em setembro do ano passado,o balanço da agência Fitch Ratings avaliou o município de São Paulo como 'BB'/'AAA(bra)' (Triple A),com perspectiva estável.
Segundo o levantamento,a nota “a-'” de São Paulo é sustentada por seu baixo nível de endividamento,ritmo adequado de contratação de novos empréstimos e custos das novas captações,além das sólidas margens operacionais do município.
A agência ainda afirma que há moderado risco fora do balanço,proveniente do sistema previdenciário do Município de São Paulo,que é baixo quando comparado ao dos estados brasileiros,considerando que os municípios não arcam com o ônus das pensões relacionadas à segurança pública.
O saldo líquido de capital negativo é de R$ 10.905 bilhões,em média,em 2023–2027,refletindo as projeções do governo para investimentos. A considerável baixa contábil da dívida em agosto de 2022 deve se traduzir em um aumento significativo dos investimentos.
"Eu nunca tive uma condenação,nunca. Na minha vida inteira nunca fui condenado a nada. Eu não tenho,nesse processo,nenhuma,nenhuma acusação,zero”.
A declaração é #FATO. Veja por quê: No relatório final do inquérito da Operação Daycare,que investiga suspeitas de desvio de dinheiro público de creches conveniadas da prefeitura,a Polícia Federal indiciou 116 pessoas,sem incluir Ricardo Nunes entre elas.
Em julho,a PF pediu autorização para continuar a investigação do suposto envolvimento da esposa e da filha do prefeito. Os investigadores apontaram a existência de um cheque de R$ 31,5 mil para a conta do prefeito de uma das empresas investigadas pela emissão de notas frias.
"Por exemplo,área de cobertura vegetal,a cidade de São Paulo chegou agora a 54% de área de cobertura vegetal."
A declaração é #FATO. Veja por quê: Em junho de 2023,a prefeitura de São Paulo anunciou que havia atingido o número de 54,13% de cobertura vegetal no município. De acordo com o Mapeamento Digital da Cobertura Vegetal,em 2020 a cidade contava com 48,18%. Os números foram constatados a partir do Índice de Vegetação de Diferença Normalizada (Normalized Difference Vegetation - NDVI),que realiza os cálculos a partir de imagens de satélite.
"A gente não deixou de fazer o atendimento do aborto legal,não deixamos de fazer.”
A declaração é #FAKE: Veja por quê: Desde o encerramento do serviço de aborto legal no Hospital de Vila Nova Cachoeirinha em dezembro do último ano,o único no estado de São Paulo que realizava o procedimento após as 22 semanas de gestação,pelo menos duas mulheres buscaram a Defensoria Pública de São Paulo por recusa do procedimento nos outros hospitais que,segundo a prefeitura,oferecem esse serviço.
O aborto legal é permitido em caso de gravidez decorrente de estupro,gestação que coloque em risco a mulher e diagnóstico de feto anencéfalo.
Em 3 de julho,após Alexandre de Moraes,ministro do Supremo Tribunal Federal,derrubar a resolução do Conselho Federal de Medicina que proibia o procedimento após as 22 semanas de gravidez e pedir mais detalhes sobre os casos de aborto legal negados no município de São Paulo,a prefeitura afirmou que houve uma “recusa momentânea” em um caso.
A negativa é referente a uma mulher,vítima de estupro,que relatou à Globonews que seu atendimento foi recusado em quatro hospitais. Ao ser remarcado pela prefeitura,o procedimento foi feito no Hospital São Paulo,de administração federal.
Consultada,a Secretaria Municipal da Saúde afirmou em nota,nesta segunda-feira (12),que “atende às demandas de procedimentos com determinação legal em observância à legislação” e que o programa de aborto legal está disponível em quatro hospitais da capital.
“Eu fiz a intervenção na UPBus. Não foi decisão judicial. A decisão judicial foi para fazer a intervenção da TransWolff. Quem decidiu a intervenção na UPBus fui eu.”
#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: Em 9 de abril,uma operação do Ministério Público prendeu dirigentes das empresas de ônibus Transwolff e UPBus,que operam na capital paulista,por suspeita de envolvimento com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo a prefeitura,juntas,as duas empresas têm 1.365 ônibus e transportam 650 mil passageiros por dia.
Em 20 de março deste ano,o juiz mandou que a SPTrans fosse oficiada e o órgão determinasse que a operação fosse feita pelas outras empresas ou publicasse um decretado de intervenção contra a Transwollf “a fim de evitar prejuízo à continuidade do serviço público essencial de transporte urbano”.
Já em 5 de abril deste ano,o juiz Leonardo Valente Barreiros determinou que fosse oficiada a prefeitura,“na pessoa do secretário de transporte”,para que analisasse a “necessidade de intervenção no serviço da UPBus” e pediu para que o Tribunal de Contas do Município e a Controladoria Geral do Município de São Paulo acompanhassem o processo.
No mesmo dia da ação,9 de abril,o prefeito de São Paulo,após as manifestações dos dois juízes,decretou a intervenção nas duas concessionárias,a Transwolff,que atende a população da Zona Sul,e UPBUS,na Zona Leste.
"Eu inaugurei 18 UPAs já. Até o governo do Haddad eram três UPAs,hoje são 30 — 27 de 2017 para cá. Das 27,eu inaugurei 18.”
#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: A capital paulista contava com três Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) no final da gestão de Fernando Haddad (PT),em dezembro de 2016,segundo o Plano de Metas,publicado no Diário Oficial da Cidade de São Paulo.
O petista também terminou o mandato com 12 UPAs com obras em andamento. Posteriormente,as unidades foram inauguradas pelos prefeitos Bruno Covas e Ricardo Nunes.
Atualmente,a capital possui 30 UPAs,das quais 16 foram inauguradas entre janeiro de 2021 e julho de 2024. São elas: Rio Pequeno,Parque Doroteia,III Carrão – Vereador Masataka Ota,D. Maria Antonieta Ferreira de Barros (Grajaú),Vergueiro,City Jaraguá,Mooca - Dom Paulo Evaristo Arns,Vila Mariana,Jabaquara,Parelheiros,Cidade Tiradentes,Elisa Maria I,21 de Junho,III Vila Maria Baixa,Dr. Atualpa Girão Rabelo e III Jardim Peri.
A gestão Nunes alega que também inaugurou a UPA Vera Cruz e Santo Amaro,porém,na verdade,as unidades foram construídas antes do atual prefeito assumir o poder.
A UPA Vera Cruz ficou pronta na gestão de João Doria em março de 2018 e passou por uma obra de ampliação de leitos e instalações,que foi finalizada em dezembro de 2023. Enquanto a UPA Santo Amaro foi inaugurada por Covas em 2018 e também passou por ampliação de espaço,sendo entregue por Nunes em junho de 2024.
"O Tribunal de Contas aprovou as minhas contas em 2021,2022 e 2023. inclusive,a Câmara Municipal já votou as minhas contas 2021 e 2022 e,pela primeira vez,com essa aprovação do Tribunal de Contas e da Câmara,as minhas contas foram aprovadas,pela primeira vez na história,com louvor."
A declaração é #FATO. Veja por quê: Em junho deste ano,o Tribunal de Contas do Município (TCM) deu parecer favorável,por unanimidade,à aprovação das contas da Prefeitura referente ao exercício de 2023. Já as contas dos anos de 2021 e 2022 também foram aprovadas pelo TCM. No caso dessas duas,elas foram aprovadas pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal "com louvor".
Participaram desta checagem: Carlos Henrique Dias,Cecília do Lago,Daniel Reis,Gabriela Guido,Giovanna Durães,Letícia Dauer,Lívia Martins e Mel Trench.