Antônio Balbino observa a pira olímpica no Centro — Foto: Carmélio Dias
Cercada por grades,com uma enorme grua ao seu lado e diante de um aviso que informa a realização de obras no local,a pira olímpica do Rio,emoldurada por uma escultura de ares futurísticos,era apenas mais um ponto na paisagem da esplanada em frente à Igreja da Candelária,no Centro do Rio,no início da tarde de ontem. Um grupo com cerca de trinta turistas estrangeiros chegou a desembarcar no local,mas ignorou a relíquia dos jogos de 2016 e seguiu em busca de outras paradas.
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O momento,digamos,um tanto apagado da atração,no entanto,termina hoje. Às 17h a prefeitura promete uma pequena festa para reacender a pira olímpica carioca. Criado como forma de reverenciar os Jogos Olímpicos de Paris,cuja abertura será realizada amanhã,o evento custará R$ 72,5 mil aos cofres do município. O valor contempla ainda a recuperação da escultura cinética — capaz de movimentos circulares e concêntricos impulsionados pela força do vento — assinada pelo artista norte-americano Anthony Howe.
Não é a primeira vez que o fogo voltará a arder na pira do Rio. Em 2021,por ocasião dos jogos de Tóquio,ela já havia sido reativada. A grua que chama atenção ao lado da escultura está ali justamente para elevar até a pira as pessoas responsáveis por fazer o simbólico acendimento. A ideia é que o fogo siga brilhando por ali pelo menos até o encerramento dos jogos parisienses,marcado para 11 de agosto.
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A aposta é que o fogo aceso,aliado ao esperado interesse pelos jogos olímpicos em curso,traga à escultura o brilho de outros tempos. Acostumado a andar pelo Centro em busca de atrações culturais,o mecânico Antônio Balbino Silva Santos,de 65 anos,foi um dos poucos que se interessou por parar para admirar a pira no período de pouco mais de uma hora que O GLOBO esteve no local,ontem.
— Sempre faço um giro pelo Centro atrás de museus,adoro arte. Mas por algum motivo não conhecia essa escultura. Ela gira é? Poxa,já é linda parada,imagina girando. Acho incrível a imaginação humana — reflete Balbino.
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O militar Wagner de Lima Costa,de 55 anos,já conhecia a escultura e fez questão de levar a filha de 11 anos — que tinha apenas 3 quando os jogos do Rio aconteceram. Frustrado por não poder mostrar os movimentos da escultura à menina,decidiu ir tirar fotos e na "Nau dos descobrimentos",no Espaço Cultural da Marinha,logo ali em frente.
—É uma coisa recente,mas já é histórica,tem que conhecer. Pena que está parada — disse.
(Colaborou Luiz Ernesto Magalhães)