Rafael Timileyi Lopes — Foto: Praça do pedágio da Ponte: com pressa,motoristas usam de maneira irregular as pistas automáticas de pagamento por tag,gerando filas
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 14/07/2024 - 05:00
Desafios e soluções na Ponte Rio-Niterói
Cerca de mil motoristas por dia usam pistas exclusivas de pagamento via tag na Ponte Rio-Niterói de forma irregular,aumentando o tempo de passagem. A Polícia Rodoviária Federal faz fiscalizações e a Ecoponte busca soluções para melhorar a fluidez do tráfego. O uso de celular ao volante e acidentes envolvendo motociclistas são desafios a serem enfrentados para garantir a segurança dos usuários. A implementação do sistema free flow pode contribuir para a melhoria do fluxo de veículos na ponte.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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O tempo de travessia da Ponte Rio-Niterói sofre diversas mudanças ao longo do dia e depende de uma série de fatores,como horários de maior fluxo e movimento na via durante feriados prolongados,por exemplo. Em condições normais,os veículos levam em média 13 minutos para percorrer toda a sua extensão. Um levantamento realizado pelos gestores da concessionária Ecoponte identificou mais um fator para esse cálculo: o uso irregular das pistas automáticas de pagamento via tag,na altura da praça do pedágio. Diariamente,cerca de mil veículos realizam a manobra ilegal,e o intervalo verificado,de três segundos entre cada passagem,sobe para cerca de um minuto. Desse total,63% dos motoristas abordados possuem alguma irregularidade documental ou veicular.
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De acordo com Jean Rodrigues,gerente de engenharia e operações da Ecoponte,a bandalha impacta diretamente o esquema funcional da via,que precisa deslocar colaboradores para cobrir o rastro deixado pelos motoristas mal-intencionados.
— Costumo dizer que a Ponte é viva. E por isso estamos o tempo inteiro buscando ajustes para melhorar a fluidez do trânsito. Aqui,qualquer segundo gera mudanças enormes,porque esse tempo relativamente curto é multiplicado. Temos protocolos rígidos para diversos tipos de ocorrência,como os acidentes de baixa complexidade. Temos 15 minutos para liberarmos a via. Mas esse comportamento coloca um elemento a mais em nosso planejamento — aponta.
Acidentes,celulares e motos
Ainda de acordo com o gestor,o esquema diário para conter os fura-filas conta com o apoio de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF),que além de permanecerem nas pistas têm acesso em tempo real às câmeras do Centro de Controle de Tráfego da concessionária. As numerações das placas dos veículos são enviadas para a Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT).
Em nota,a PRF informou que realiza a fiscalização tanto com equipes fazendo abordagens quanto através de videomonitoramento,e que nos dois casos é possível emitir autuações se forem constatadas infrações de trânsito. E ressaltou que o controle eletrônico da Ponte Rio-Niterói é realizado 24 horas por dia no centro de comando e controle localizado na base da corporação,ao lado da praça do pedágio.
Maquete que simula a Ponte ajuda na elaboração do planejamento da operação — Foto: Rafael Timileyi Lopes
Quando o assunto é tempo perdido,outros dados chamam a atenção. Em maio deste ano,o pagamento do pedágio da via em cartão de crédito ou débito passou a ser aceito exclusivamente por aproximação. Após estudos,a Ecoponte constatou que o tempo gasto com o método tradicional de inserção do cartão girava em torno de 27 segundos,enquanto o pagamento por aproximação é finalizado em apenas sete segundos. O pagamento em dinheiro é totalmente processado em cerca de nove segundos.
O uso de celular ao volante também pesa na conta do cronômetro. Por mês são registradas em média 40 colisões,com destaque para as batidas traseiras,que representam 54% desse tipo de ocorrência,enquanto 25% são laterais. Os acidentes envolvendo motos correspondem a 15%. O coordenador de tráfego da Ecoponte,José Marcelo Borges,aponta o uso do aparelho eletrônico como a causa dos sinistros em 95% das ocorrências.
— Na maior parte dos casos,são situações que poderiam ser evitadas. Quando a fluidez está menor,essa incidência cresce. O aumento no número de motos também faz parte dessa situação. São trabalhadores de aplicativo em sua maioria. Só que eles são a parte mais vulnerável nessa balança. Todas as quatro mortes registradas este ano na via envolveram motociclistas — alerta.
Ainda em fase de estudos,a implementação do esquema free flow,sistema de leitura automática de placas e tags,tem a expectativa de contribuir para a melhor fluidez da Ponte. Atualmente,150 mil veículos trafegam pela via,uma das mais importantes da Região Metropolitana do Rio.