Três ações para pôr o Rio na vanguarda ambiental

Canal de Marapendi,na Barra da Tijuca — Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 11/07/2024 - 00:05

Potencial de sustentabilidade urbana no Rio de Janeiro.

O Rio de Janeiro pode se tornar referência global em sustentabilidade urbana com projetos de ecoacupuntura,revitalização de áreas e criação de parques-esponja. Isso promoverá resiliência ecológica,social e econômica na cidade,servindo de exemplo para todo o mundo.

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Para colocar o Rio de Janeiro na vanguarda ecológica global,três iniciativas estratégicas podem ser implementadas,transformando a cidade num modelo mundial de sustentabilidade urbana.

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Primeiro,a “ecoacupuntura” como metodologia para criar uma infraestrutura verde robusta. Integrando,numa visão em larga escala,os sistemas hidrológicos críticos,como riachos e zonas úmidas e suas faixas marginais de proteção,a uma rede de parques fluviais,caminhos de pedestres e ciclovias. Inspirada no conceito de “cidade-esponja”,essa estratégia permitirá ao Rio gerir eficientemente as águas pluviais,mitigando os riscos de inundações e promovendo a resiliência urbana. Ao seguir processos hidrológicos naturais,a abordagem aumentará a biodiversidade,protegerá o patrimônio cultural e oferecerá novas oportunidades turísticas,melhorando a qualidade de vida dos moradores.

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A segunda iniciativa se destina à transformação do sistema lagunar da Barra da Tijuca,hoje poluída e sujeita a inundações,em um dos bairros mais valorizados da cidade. Com a criação de uma rede de parques-esponja,reutilizando materiais dragados para formar centenas de ilhas,a área será revitalizada como um próspero ecossistema urbano. O exemplo do Sanya Dong’an Wetland Park — que converteu uma região degradada em um centro urbano valioso na China — demonstra o potencial dessa estratégia. Além de purificar a água e gerir as cheias,o projeto aumentará significativamente o valor das propriedades locais,atraindo investimentos e mostrando o compromisso do Rio com o desenvolvimento sustentável.

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Por fim,a revitalização da área do Rio Trapicheiros e da Avenida Francisco Bicalho,conhecida como Zona da Leopoldina,visa a transformar um “vale da morte de concreto” num vibrante corredor ecológico,aberto à circulação de pedestres. Substituir a infraestrutura cinzenta obsoleta por soluções verdes criará um centro cultural e comercial atraente,inspirado no Corredor do Rio Meishe,em Haikou,na China. Esse projeto adotará soluções baseadas na natureza para melhorar a estética e a funcionalidade urbana,integrando espaços verdes,recursos hídricos e design sustentável. A nova área servirá como uma artéria social e cultural central no Rio,promovendo o crescimento econômico e o engajamento comunitário.

A execução desses três projetos transformará radicalmente o Rio de Janeiro,posicionando a cidade como referência global em resiliência ecológica,social e econômica. Com um investimento mínimo e num curto espaço de tempo,essas estratégias não só melhorarão a qualidade de vida dos moradores,mas também destacarão o Rio como líder em sustentabilidade urbana,oferecendo um exemplo inspirador para cidades em todo o mundo.

*Kongjian Yu é doutor em design pela Universidade Harvard,Pierre-André Martin é professor de paisagismo ecológico