"As consequências da invasão [pela Rússia] vão além dos confins da Europa e,em muitos sentidos,África foi a principal vítima,pela disrupção do comércio mundial,das cadeias de abastecimento e o bloqueio do mar Negro",afirmou o chefe de Estado,numa conferência de imprensa no encerramento da Cimeira para a Paz na Ucrânia,organizada pelo Governo suíço nos arredores de Lucerna.
O mandatário foi convidado a falar nesta conferência como representante do chamado Sul Global (países em desenvolvimento),assim como o homólogo do Chile,Gabriel Boric.
Na conferência,em que não houve direito a perguntas dos jornalistas,também houve declarações da presidente da União Europeia,Ursula Von Der Leyen,do primeiro-ministro canadiano,Justin Trudeau,e do Presidente ucraniano,Volodymyr Zelensky.
Akufo-Addo sublinhou que todos os países devem estar interessados em participar em iniciativas para que Ucrânia volte a viver numa paz duradoura.
Considerou,no entanto,que não se pode alcançar uma solução definitiva para o conflito se não se encontrar uma forma de envolver a Rússia e a China nas deliberações.
A conferência para a paz na Ucrânia,organizada pela Suíça na sequência de um pedido do Presidente ucraniano,juntou representantes de quase uma centena de países e organizações - metade dos quais da Europa -,mas foram várias as ausências (foram dirigidos convites a 160 delegações de todo o mundo).
A ausência de maior peso foi a da Rússia,que lançou a guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022 e não foi agora convidada. O Kremlin (Presidência russa) contou com a 'solidariedade' de vários países,que rejeitaram participar na cimeira dada a sua ausência,como sucedeu com a China.
O comunicado final "reafirma a integridade territorial do país" e pede que "todas as partes" estejam envolvidas para se alcançar a paz.
Na sexta-feira,Putin prometeu ordenar imediatamente um cessar-fogo na Ucrânia e iniciar negociações se Kiev começasse a retirar as tropas das quatro regiões anexadas por Moscovo em 2022 e renunciasse aos planos de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO,na sigla em inglês).
As reivindicações constituem uma exigência de facto para a rendição da Ucrânia,cujo objetivo é manter a sua integridade territorial e soberania,mediante a saída de todas as tropas russas do seu território,além de Kiev pretender aderir à aliança militar.